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Depois de bater R$ 3, dólar fecha a R$ 2,98

Tensão política no Brasil, melhora da economia americana e expectativa de menor intervenção do BC no câmbio contribuem para a desvalorização do real

Por Naiara Infante Bertão
4 mar 2015, 17h24

O dólar fechou o pregão desta quarta-feira na maior cotação em mais de 10 anos, a 2,98 reais, alta de 1,80%. Durante a sessão, no início da tarde, a moeda americana chegou a ultrapassar os 3 reais. A última vez que o dólar fechou a 3 reais foi em 16 de agosto de 2004, segundo dados da consultoria Economatica.

Segundo especialistas em mercado de câmbio, diversos fatores pesaram nesta quarta-feira, tanto no cenário interno quanto externo. “O que surpreende não é o fato de o dólar ultrapassar 3 reais, porque isso já estava sendo previsto por economistas. Mas a velocidade com que ele subiu, especialmente hoje, surpreendeu o mercado. Isso se deve muito ao cenário politico adverso no Brasil”, diz o analista-chefe da Alpes/Wintrade Bruno Gonçalves.

No Brasil, a semana começou com um mal estar político que culminou nesta terça-feira com a recusa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de aprovar a medida provisória 669, argumentando que ela não cumpria preceitos constitucionais. Pouco depois, o governo enviou um projeto de lei com urgência constitucional assinado pela presidente Dilma Rousseff para substituir a MP.

Mesmo assim, especialistas acreditam que isso atrasará a implementação dos ajustes considerados vitais para o equilíbrio fiscal. “Mesmo com a MP, é esperado que esse ajuste fiscal (fim das desonerações da folha de pagamento) seja implantado com a urgência que a equipe econômica esperava e precisa”, diz Ignacio Rey, economista da Guide Investimentos.

Tudo isso acontece no dia em que representantes da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) chegam ao Brasil para conversar com autoridades brasileiras sobre as contas públicas. Na semana que vem, será a vez da agência Fitch. Desde o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras, aumentou a percepção de risco sobre o Brasil.

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Lá fora, moedas como euro e libra também se desvalorizaram em relação ao dólar, o que mostra que os investidores estão apostando na recuperação consistente da economia americana.

Estados Unidos – Nesta quarta saíram dados bons sobre geração de empregos no setor privado, apesar de abaixo do esperado: foram abertas 212 mil postos de trabalho em fevereiro. Além disso, o índice que acompanha a atividade do setor de serviços medido, pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), subiu entre janeiro e fevereiro.

A moeda americana ainda é beneficiada com a expectativa de o banco central americano (Fed) elevar logo os juros da maior economia do mundo, que hoje se encontram em patamares muito baixos. No passado, as taxas próximas a zero ajudaram a estimular o consumo, ao mesmo tempo em que o Fed injetava recursos na economia por meio da compra mensal de um volume grande de títulos públicos – política chamada de quantitative easing. Diante de um fraco crescimento, a Europa e no Japão adotaram recentemente medidas semelhantes.

“Colocar dinheiro na Europa hoje é como estacionar o carro. Só se paga e não se recebe nada em retorno porque as taxas de juros estão muito baixas ou até negativas em alguns lugares”, explica o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros. Por isso, ele acredita que os investidores estão já alocando recursos nos EUA.

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Fora isso, Medeiros lembra que o mercado espera uma intervenção ainda menor do Banco Central no câmbio. No fim de março vence a extensão de três meses do programa de swap cambial. Em dezembro, o BC já diminuiu de 200 para 100 milhões de dólares a oferta diária.

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