O Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos avança na apuração de possíveis irregularidades cometidas por executivos da Petrobras. Depois de receber a visita do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no início de fevereiro, que foi acompanhado da força-tarefa da Lava Jato, além de algumas prestadoras de serviço da estatal, o DOJ começa a ouvir os bancos. A pergunta básica que tem sido feita aos executivos de instituições financeiras que possuem filiais suíças é se ninguém achou estranho que um funcionário de terceiro escalão da petroleira, como Pedro Barusco, que tinha um salário da ordem de 20 mil reais mensais, fizesse depósitos recorrentes com cifras milionárias em pelo menos 19 contas abertas no exterior. O DOJ e a Securities and Exchange Comission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais dos EUA) apuram se a estatal violou a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês), que prevê punições para empresas e executivos que levam a cabo esquemas de suborno e fraudes financeiras envolvendo instituições públicas ou privadas. As punições previstas incluem multas e prisões para os culpados. (Ana Clara Costa, de São Paulo)