“Decisão da OMS sobre carnes não ameaça nosso negócio”, diz Joesley Batista
Empresário minimizou estudo que relaciona consumo de carnes à incidência de câncer e disse que medicina também avança para combater riscos à saúde
O presidente do conselho de administração do JBS, Joesley Batista, minimizou as conclusões de um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que dizia que o consumo de carnes processadas, como linguiça, salsicha, salame e bacon, aumenta significativamente o risco de câncer. “Isso não se coloca como uma ameaça ao nosso negócio”, disse, durante evento promovido pela revista britânica The Economist, nesta terça-feira, em São Paulo. Uma das maiores empresas de processamento de carne bovina, a JBS é dona das marcas Friboi, Seara, Rezende, Swift, Bertin, entre outras.
Batista enfatizou que respeita o entendimento da OMS, mas entende que a medicina promove avanços para os dois lados: tanto para descobertas de novos riscos, como para formas de minimizá-los. “Empresários do mundo todo têm que ter a certeza de que a única constante é a mudança”, disse.
Ao falar sobre política, o empresário também diz respeitar decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir doações de empresas a campanhas eleitorais. Para Batista, o importante para qualquer país é ter “regras claras”. “O que ainda preocupa, no entanto, é que foi criada uma restrição, mas não solução”, pondera. Em 2014, o JBS foi o maior doador eleitoral, com 366,8 milhões de reais destinados a campanhas. A empresa costuma enfatizar que o dinheiro encaminhado aos políticos não é proveniente dos empréstimos.
Batista também rebateu críticas sobre o recebimento de créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, tudo que a empresa conquistou foi devido à competência. “Não há dinheiro no mundo que sustente má gestão”, disse, acrescentando que 2015 será o melhor ano da história para o grupo.
Ele reconheceu, no entanto, que o BNDES tem uma participação considerável na empresa, em 20%, e de que tem papel fundamental para o fortalecimento da companhia. “Mas essa lenda de campeões nacionais é uma frase de efeito midiática. O certo é que nunca fui escolhido para ser campeão. Tudo o que nós conquistamos foi devido à nossa competência e capacidade de administrar empresas.”
Leia também:
Carnes processadas podem causar câncer
Brasil precisa de liderança forte para retomar investimentos, diz BlackRock