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Custo de empréstimo de um ano da Itália salta para 3,97%

Após resgate dos bancos espanhóis, investidores passam a temer capacidade de Roma de honrar seus compromissos de dívida

Por Da Redação
13 jun 2012, 09h37

Os custos de empréstimo de um ano da Itália, terceira economia da Eurozona, atingiram a máxima de seis meses de 3,97% em leilão de dívida nesta quarta-feira. Os investidores mostram-se apreensivos após o resgate dos bancos espanhóis ter alimentado preocupações sobre a capacidade de Roma de gerenciar sua própria dívida soberana, uma das maiores do mundo.

De qualquer maneira, a Itália conseguiu vender os planejados 6,5 bilhões de euros em títulos de um ano. A demanda foi de 1,7 vez, pouco abaixo do visto um mês atrás.

Novo teste – O Tesouro italiano enfrentará um teste ainda mais difícil nesta quinta-feira, quando oferecerá até 4,5 bilhões de euros em títulos de três anos e duas emissões de data mais longa.

Há apenas um mês, a Itália pagou 2,34% para vender sua dívida de um ano. Mas a confiança do mercado em relação ao país piorou drasticamente desde então. “Embora seja um aquecimento para o leilão desta quinta-feira, a venda desta quarta destaca a deterioração provocada pelo exterior na credibilidade observada”, disse o diretor gerente do Spiro Sovereign Strategy, Nicholas Spiro.

Um pacote de ajuda aos bancos espanhóis definido no fim de semana provocou temores de que Madri possa precisar de mais ajuda externa, e que Roma também necessite de ajuda.

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Apoio alemão – As reformas adotadas pelo governo do primeiro-ministro Mario Monti vão por “um bom caminho”, o que permitirá que as finanças públicas do país se equilibrem, afirmou nesta quarta-feira um porta-voz do executivo alemão. “O governo alemão está convencido de que, se a direção tomada por Mario Monti se mantiver, a Itália pode superar” seus problemas, disse Martin Kotthaus, um dos porta-vozes da chanceler Angela Merkel.

Por sua vez, outro porta-voz do governo, Georg Streiter, considerou que seria “exagerado dizer que existe uma preocupação particular pela Itália”. Segundo ele, a estabilização do conjunto da Eurozona é o centro das preocupações de Merkel e de seus sócios do bloco.

OCDE – O pânico acerca da Itália não tem justificativa, afirmou nesta quarta-feira o economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Pier Carlo Padoan, em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero. Na avaliação dele, os fundamentos de Roma não mudaram.

Contudo, se os custos de empréstimo do governo continuarem por muito tempo nos altos níveis que estão agora, a Itália pode enfrentar fortes consequências, admitiu Padoan. “Não há mudanças nos fundamentos econômicos do país que possam justificar um ataque à Itália”, afirmou. “Entre os países da OCDE, a Itália é um dos mais próximos à estabilização de sua dívida. Se não houvesse o fator de contágio, as ações tomadas até agora acerca de recuperação seriam as corretas.”

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Padoan disse que, após medidas decisivas sobre a frente fiscal, a Itália deve assumir ações mais corajosas sobre crescimento. Os governos europeus, acrescentou ele, cometeram alguns erros ao intervir tarde demais e, às vezes, com medidas consideradas insuficientes, o que aumentou os temores dos investidores de que a crise da zona do euro pode não ser contida. Isso está afetando os rendimentos da dívida italiana.

“A situação atual reflete o fato de que não está claro aos mercados o que os líderes políticos e autoridades econômicas querem fazer”, disse Padoan. “É, portanto, urgente quebrar esse círculo vicioso.”

(com Reuters)

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