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Custo da usina de Belo Monte já supera os R$ 30 bilhões

Dois anos depois do início das obras, valor atual é muito maior do os R$ 16 bilhões em que a hidrelétrica foi orçada. E não para de aumentar

Por Da Redação
12 Maio 2013, 14h12

A hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi orçada em 16 bilhões de reais, leiloada por 19 bilhões de reais e financiada por 28 bilhões de reais. Quase dois anos depois do início das obras, o valor não para de subir. Já supera R$ 30 bilhões de reais e pode aumentar ainda mais com as dificuldades para levar a construção adiante. Com a sequência de paralisações provocadas por índios e trabalhadores, estima-se que a obra esteja um ano atrasada. Se continuar nesse ritmo, além dos investimentos aumentarem, a concessionária poderá perder 4 bilhões de reais em receita.

O vaivém dos números da terceira maior hidrelétrica do mundo deve acertar em cheio a rentabilidade dos acionistas, que em 2010 estava calculada em 10,5%. Hoje, as planilhas dos analistas de bancos de investimentos já apontam um retorno real de 6,5% ao ano.

A Norte Energia, concessionária responsável pela construção da usina no Rio Xingu, evita falar de indicadores financeiros e afirma apenas que os valores (de 25 bilhões de reais) foram corrigidos para 28,9 bilhões de reais.

Leiloada em abril de 2010, a usina foi arrematada por um grupo de empresas reunidas pelo governo para que a disputa tivesse concorrência. Desde então, o projeto tem sido pressionado por uma série de fatores em áreas distintas. A montagem eletromecânica dos equipamentos, por exemplo, até hoje não foi contratada, e um dos motivos seria a elevação dos preços dos serviços, de 1 bilhão de reais para cerca de 1,6 bilhão de reais. Custos ambientais e gastos administrativos também estão bem acima das previsões iniciais.

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Gastos – Junta-se a essa lista as despesas indiretas com mão de obra, como cesta básica e tempo para visitar a família. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) mostram que, em apenas um ano e meio, o valor da cesta básica dos trabalhadores de Belo Monte subiu 110% e o intervalo entre as visitas das famílias, pagas pela empresa, recuou de 180 dias para 90 dias. Vale destacar que a obra tem 22.000 trabalhadores, e a maioria fica em alojamentos. Qualquer mudança nos benefícios, mesmo que pequena, tem impacto relevante no orçamento.

As interrupções dos trabalhos por causa das invasões e greves também são fatores que explicam o aumento dos custos. Até quinta-feira, cerca de 7.000 trabalhadores do sítio Belo Monte, onde está sendo construída a casa de força da usina, ficaram parados por causa da invasão de 83 índios no local. A paralisação durou uma semana. Desde o início das obras da hidrelétrica, foram 15 invasões (e 16 dias de greve) que paralisaram as atividades e ajudaram a atrasar o cronograma em cerca de um ano.

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Aceleração – Recuperar o tempo perdido exigiria um programa de aceleração das obras e significaria elevar os custos de mão de obra, dobrar turnos ou contratar mais gente. Ainda assim, afirmam executivos que trabalham na obra, não é certeza de que a hidrelétrica seja entregue no prazo estabelecido. Desde a década de 70, quando os primeiros estudos começaram a ser feitos, Belo Monte é motivo de polêmica.

Pela dimensão do investimento e sua visibilidade no mundo inteiro por causa das questões ambientais, o projeto é alvo de reivindicações e protestos – e ninguém duvida que novas greves e invasões vão ocorrer até o fim da obra. Pelo cronograma original, as operações da usina devem começar em dezembro de 2014. Hoje, porém, apenas 30% das obras civis estão concluídas.

(Com Estadão Conteúdo)

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