Criação de vagas de trabalho é a pior para maio em 22 anos
Segundo o Ministério do Trabalho, foram abertas 58,8 mil vagas formais no mês passado ante 105 mil em abril
O Brasil abriu 58.836 vagas formais de trabalho em maio, pior resultado para o mês desde 1992, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira. Trata-se de uma queda de 18,3% em relação a maio de 2013. Em abril, haviam sido criados 105.384 postos com carteira assinada.
Pesquisa da Reuters com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 93 mil vagas, com as projeções variando entre 52 mil e 100 mil novos postos. Em maio de 1992, haviam sido abertas 21.533 vagas com carteira assinada.
O saldo do mês passado é resultado de 1.849.591 admissões e de 1.790.755 demissões. Com o resultado de maio, a geração de empregos no governo Dilma Rousseff ficou acima de 5 milhões de contratações formais.
No acumulado do ano até maio, houve criação líquida de empregos formais de 543.231 vagas, queda de 18,8% frente ao mesmo período do ano passado, quando o país registrou 669.279 vagas. Trata-se ainda do pior resultado para os cinco primeiros meses de um ano desde 2009. No mesmo período daquele ano, as empresas contrataram 250.395 trabalhadores.
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Indústria – O desempenho ruim do mercado de trabalho foi fortemente influenciado pelas elevadas demissões na indústria da transformação, que registrou o desligamento líquido de 28.533 operários, em meio à perda de fôlego da economia. Em igual mês de 2013, a indústria da transformação havia registrado admissão líquida de 15.754 pessoas.
O mercado de trabalho é uma das âncoras do governo, mas tem mostrado sinais de perda de dinamismo diante da economia fraca neste momento em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.
Mesmo assim, a taxa de desemprego no país continua em níveis baixos, em parte por conta da menor procura por vagas de trabalho.
Depois de crescer 2,5% em 2013, as projeções de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano rondam 1%, ainda mais num cenário de inflação perto do teto da meta oficial, de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
(com agência Reuters)