Coty levanta 14 bilhões de dólares para dar lance pela Avon
Presidente da empresa francesa tentou convencer investidores a persuadir a Avon a avaliar a venda; americana já recusou proposta de US$ 10 bilhões
A Coty, empresa de cosméticas francesa conhecida por fazer fragrâncias de celebridades como Lady Gaga e Beyoncé, conseguiu apoio financeiro para sustentar uma oferta de 14 bilhões de dólares pela Avon, de acordo com informações publicadas nesta segunda-feira pelo jornal Financial Times. No dia 2 de abril, a Avon recusou a proposta de compra pela concorrente por 10 bilhões de dólares ao alegar que o lance de 23,25 dólares por ação estava abaixo do valor da companhia.
Em uma conferência telefônica para centenas de acionistas da Avon, Bart Becht, presidente da Coty, tentou convencer os investidores a persuadir o conselho da Avon a participar das discussões. Mas a empresa americana não dá sinais de que poderá ceder. Na semana passada, a Avon anunciou Shri McCoy, ex-Johnson & Johnson, como sua nova presidente.
Após a conferência, a Coty encaminhou uma carta à Avon em que dizia que não iria aumentar o preço sem o acesso aos seus balanços com números que provassem um valor de mercado maior. A americana respondeu que ainda acha o valor oportunista.
Na sexta-feira, as ações da Avon fecharam em 32,52 dólares – valor superior ao ofertado pela Coty – o que indica que Wall Street espera um lance maior que poderá ser feito pela Coty ou por outro comprador em potencial.
As ações da Avon, que vem eliminando empregos recentemente, recuaram quase 50% nos últimos 18 meses. A companhia é avaliada em apenas 8 bilhões de dólares atualmente, bem abaixo do pico de 21,8 bilhões de dólares de junho de 2004. Segundo a Coty, a nova empresa se chamaria “Avon-Coty”, sendo que o modelo de venda direta favoreceria suas marcas de cosméticos.
Na América Latina, o Brasil é o maior mercado de vendas de produtos para a Avon no segmento porta-a-porta. A Natura é a atual líder de mercado no setor.