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Contra elitismo da Abercrombie, campanha veste moradores de rua com roupas da grife

Idealizador do 'Abercrombie Popular' discorda da concepção de status e beleza da marca, que retirou do mercado camisetas para 'gordinhas'

Por Da Redação
16 Maio 2013, 16h36

Depois de a Abercrombie & Fitch anunciar que vai tirar do mercado as camisetas femininas de tamanhos G e GG, para não ser associada às gordinhas, um brasileiro iniciou uma campanha de protesto contra a empresa. Ele resolveu vestir moradores de rua com as roupas da grife – exatamente o contrário do que prega o presidente da grife, Mike Jeffries, que quer passar a imagem que só pessoas “gostosas”, populares, bonitas – e ricas – usam as camisetas da marca.

A iniciativa, batizada de “Abercrombie Popular”, foi lançada na semana passada pelo estudante de design Isaías Zatz. A proposta é simples: qualquer pessoa que tenha uma camiseta da Abercrombie pode fazer uma doação para o movimento, que repassa as roupas para os moradores de rua. Depois, as fotos são postadas nos perfis do projeto no Facebook e no Tumblr. As primeiras camisetas doadas foram do próprio Isaías: ele ganhou as roupas de presente e as distribuiu na região dos Campos Elíseos, no centro de São Paulo.

De acordo com o Tumblr do Abercrombie Popular, o movimento não quer ridicularizar a marca, e muito menos os moradores de rua. “A minha intenção é discutir o que é ser ‘cool’, popular. Para mim, essa concepção de beleza e popularidade é ridícula”, afirma Zatz no Tumblr.

Para o estudante, o próprio contato com os moradores de rua serve para que tal concepção seja desconstruída. “Para eles, roupa é roupa. Entre uma campanha com modelos malhados com sorrisos falsos e moradores de rua, eu fico com os moradores de rua, pois esses merecem minha atenção”, diz ele.

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Leia ainda: A Abercrombie & Fitch diz não às gordinhas

A ação de Zatz é parecida com a do norte-americano Greg Karber, que lançou no Youtube, também nesta semana, o movimento #FitchTheHomeless. O primeiro vídeo da campanha já conseguiu mais de 4 milhões de visualizações. O brasileiro não se inspirou na versão dos Estados Unidos para criar o Abercrombie Popular, até porque a primeira postagem no Tumblr de Zatz foi ao ar dois dias antes do vídeo do americano.

A Abercrombie não é para qualquer um – O comportamento de Mike Jefrries, presidente da Abercrombie, é politicamente incorreto. A grife, que é naturalmente consumida por pessoas de maior poder aquisitivo, passou a restringir ainda mais seu público-alvo. Nesta semana, a empresa anunciou que vai parar de fabricar camisetas femininas nas modelagens G e GG, pois não quer associar a Abercrombie a um público mais cheinho.

De acordo com Jeffries, os tamanhos grandes para homens não foram retirados de circulação porque a marca não poderia deixar de atingir os atletas, que são mais musculosos. “Jeffries não gosta de pessoas gordas e não quer que elas arruínem sua marca”, declarou ao site Business Insider o escritor Robin Lewis, co-autor do livro The New Rules of Retail (As Novas Regras do Varejo, em tradução livre).

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Em 2006, o presidente da Abercrombie já havia deixado claro essa estratégia ao dizer para o site de notícias Salon que a comunicação com pessoas bonitas é a base de seu marketing e que só contrata funcionários bem apessoados para suas lojas porque assim atrai uma clientela também mais bonita. “Nós não vendemos para nenhum público além desse”, disse na ocasião.

Estas são apenas algumas das declarações de Jeffries. Confira abaixo algumas outras:

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Elas (ao menos por enquanto) não querem o Brasil

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