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De olho na classe C, companhia aérea abre ponto de vendas na Central do Brasil, no Rio de Janeiro

Webjet oferece tarifas especiais para atrair público acostumado a viajar de ônibus. Imigrantes nordestinos aproveitam para visitar terra natal

Por Rafael Lemos
17 out 2011, 14h21

Os mais de 600 mil de trabalhadores que circulam diariamente pela estação de trens da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, são o mais novo público alvo das companhias aéras. De olho na cobiçada classe C, a empresa Webjet inaugurou nesta segunda-feira um ponto de vendas no local, com tarifas especiais para concorrer os ônibus rodoviários. Apesar do feriado do Dia do Comerciário, o quiosque atraiu, pela manhã, cerca de 100 pessoas por hora.

A maioria dos que buscavam informações nunca pisou num avião e tinha dúvidas simples, como a respeito do check-in. Dependedo da quantidade de dúvidas, o tempo de venda variava de 5 a até 30 minutos. Em poucas horas, já era possível traçar um perfil desses consumidores: chefe de família, que deseja visitar parentes em sua terra natal, geralmente no Nordeste.

“A comunidade nordestina é muito forte aqui. Uma cena que se repete é o pai de família que chega aqui e, antes de comprar, liga para casa para definir a data e até o destino. Eles descobrem que podem visitar a família e que é tão barato quanto viajar de ônibus”, analisa Daniel Brunod, gerente de Novos Negócios da Webjet.

A copeira Normélia S. da Costa, 53 anos, encaixa-se nesse perfil. Há 15 anos, ela sonha em rever sua terra natal, Aracaju, no Sergipe. De ônibus, ela calcula que enfrentaria dois dias de viagem. Mas, mesmo com o preço atraente e o conforto, ela ainda tem receio de viajar de avião.

“O preço é bom, mas estou pensando. Tenho bronquite e não sei como é essa coisa de viajar de avião. Quem sabe daqui a uns dois anos?”, vacila Normélia.

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O açougueiro Antonio Américo de Almeida: passagem em vez de máquina de lavar
O açougueiro Antonio Américo de Almeida: passagem em vez de máquina de lavar (VEJA)

O açougueiro Antonio Américo de Almeida, 52 anos, é paraibano. Mora desde 1975 no Rio, onde casou-se com uma baiana também radicada na cidade. Ele aproveitou o aniversário da esposa para presenteá-la com a visita de uma amiga de infância.

“Ela me disse que queria ganhar uma máquina de lavar de presente. Resolvi fazer uma surpresa e comprei a passagem de vinda da amiga. Elas não se viam há muito tempo. Agora, estou comprando a passagem de volta”, conta Almeida, que também sonha em viajar para a Paraíba.

Logo no primeiro dia, a companhia se surpreendeu com uma forte procura para destinos que ainda não fazem parte do seu cardápio, como Belém do Pará e Teresina. “Se a procura for grande mesmo, podemos oferecer esses destinos no futuro”, avisa o gerente Daniel Brunod.

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Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Data Popular revela que 8,7 milhões de brasileiros devem viajar de avião pela primeira vez nos próximos meses. O levantamento também aponta que 48% dos viajantes aéreos hoje pertencem à classe C.

Para tornar os preços ainda mais atraentes e atrair esse público, a companhia aboliu temporariamente a taxa de conveniência que incide sobre as passagens. A medida, que pode ser adotada em caráter definitivo na Central do Brasil, representa uma economia de, pelo menos, 30 reais para o consumidor. Assim, uma viagem do Rio para Brasília sai por 104,99 reais ou seis parcelas de 17,50 reais. O trajeto para Recife, por sua vez, custa 148,99 ou seis vezes de 24,84 reais.

A companhia aérea chega à Central do Brasil num momento em que a estação passa por um processo de revitalização. Há pouco tempo, os balcões ocupados pela companhia aérea serviam de abrigo para moradores de rua. Os planos da concessionária Supervia, que administra os trens, preveem a construção de um shopping e de um hotel na estação até 2013. Até a Copa do Mundo de 2014, a meta é subir para um milhão por dia o número de passageiros que circulam por lá.

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