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Com obras paradas e Lava Jato, construção civil puxa alta do desemprego

Segundo IBGE, mais da metade dos trabalhadores que perderam o trabalho de fevereiro a abril eram do setor de construção

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jun 2015, 13h44

O segmento de construção civil perdeu 288.000 vagas de trabalho no trimestre encerrado em abril em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Isso representa mais do que a metade do total de brasileiros que perderam o emprego no período – 511.000 pessoas. A atividade foi uma das responsáveis por acelerar o nível de desemprego no país para o patamar de 8%.

O atual cenário do mercado imobiliário explica o encolhimento do setor. Com a restrição ao crédito, juros elevados e a incerteza quanto aos rumos da economia, os brasileiros estão evitando contrair dívidas e fogem de produtos de maior valor agregado. Sem demanda para escoar os estoques, as construtoras estão paralisando ou desistindo de obras em todo o país. Aliado a isso, está o corte de investimentos por parte do governo na área de infraestrutura em função das medidas de ajuste fiscal.

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Os desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, também contribuíram para o fraco desempenho. A estatal teve obras interrompidas pela descoberta de irregularidades em contratos. E as maiores empreiteiras do país foram impedidas de participarem de novas licitações da petroleira, além de responderem a processos na Justiça para devolverem o dinheiro desviado. Isso têm impactado o caixa das companhias e levado algumas delas até a recorrem a pedidos de recuperação judicial.

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“A queda nas vendas, a incerteza do emprego e o crédito menos disponível bateu direto na construção. E ainda teve o petrolão, que resultou em muita obra parada. O governo também não está conseguindo manter os investimentos em obras de infraestrutura”, avaliou o professor de Economia da Universidade de São Paulo e pesquisador do mercado de trabalho Helio Zylberstajn.

Depois da construção, o setor de comércio foi o que mais teve baixas em postos de trabalho, com 176.000 vagas a menos. Parte disso explicado pela inflação elevada, queda no consumo das famílias e o fraco desempenho dos segmentos de serviços e varejo. Em seguida, aparecem educação e indústria, com perda de 76.000 e 26.000 vagas, respectivamente.

Informalidade – Um dos dados que mais chamaram a atenção no levantamento do IBGE foi o aumento da informalidade. Tanto os empregos com e sem carteira assinada caíram, 1,1% e 3,6%, respectivamente. Na contramão dessa tendência, no entanto, o número de empregadores e trabalhadores por conta própria subiu 2,2% e 0,6%, respectivamente. “Sem trabalho disponível, as pessoas estão recorrendo ao empreendedorismo forçado. Ou seja, elas acabam montando uma ‘biboca’, indo vender comida na rua etc”, afirmou Zylberstajn.

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Na explicação da pesquisa, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE Cimar Azeredo afirmou que, além do aumento de pessoas que perderam o emprego, muitos brasileiros passaram a procurar trabalho pela primeira vez para complementar a renda familiar, que está cada vez mais comprometida com o quadro de recessão da economia brasileira. “Há dificuldade de permanência do emprego e de geração de novas oportunidades. Então, o cenário que se mostra hoje é de perda de emprego, perda de qualidade de emprego e remetendo a uma geração de trabalho focado na informalidade”, afirmou Azeredo.

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