Carros de Eike Batista vão a leilão na semana que vem
Devem ser leiloados no Rio de Janeiro um Smart Fortwo, uma Lamborghini e três picapes Toyota Hilux blindadas
Após determinar a apreensão de bens de Eike Batista e seus familiares no início do mês, a Justiça Federal do Rio marcou para o próximo dia 26 o leilão de cinco veículos retidos, com valor de avaliação total de 1,79 milhão de reais. Somente o carro mais valioso, uma Lamborghini Aventador, ano 2011/2012, foi estimado em 1,62 milhão de reais – o veículo enfeitava a sala da casa do empresário.
O automóvel mais em conta é um Smart Fortwo, ano 2009, de 30 mil reais. Há ainda três Toyota Hilux blindadas. A mais barata foi estimada em 45 mil reais, modelo 2005/2006. As outras duas são de 2006/2007 e estão avaliadas em 50 mil reais cada. Os lances mínimos devem superar o valor de avaliação.
A apreensão ocorreu como consequência do bloqueio determinado pelo juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, em meio à ação penal em que Eike é réu sob acusação de crimes contra o mercado de capitais.
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O magistrado aceitou, no ano passado, denúncia do Ministério Público Federal no Rio pelos crimes de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada na venda de ações da petroleira fundada por Eike, a OGX (rebatizada de OGPar).
O objetivo é reter até 3 bilhões de reais em ativos financeiros e imóveis de Eike, dos dois filhos mais velhos do empresário (Olin e Thor), da mãe deles e ex-mulher de Eike, Luma de Oliveira, e de sua atual mulher, Flávia Sampaio. Isso para garantir o pagamento de indenizações e multas, no caso de condenação do empresário. No ano passado, já tinham sido bloqueados 239 milhões de reais, mas o valor foi agora ampliado e a ação estendida aos familiares de Eike.
O leilão ocorrerá às 16 horas, no Átrio da Justiça Federal, que fica na avenida Venezuela, 134, centro do Rio. Caso não haja ofertas, foi determinada uma segunda data de pregão, no dia 9 de março, no mesmo horário e local. Neste caso, os lances não podem ser inferiores a 80% do valor de avaliação. O juiz justificou a alienação antecipada para preservar o valor dos bens.
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De acordo com o edital publicado pela Justiça Federal no último dia 11, os veículos que serão leiloados possuem multas. A Lamborghini Aventador tem multa de 127,69 reais e restrição judicial. O Smart Fortwo também tem restrição. As três Hilux têm multas, duas no valor de 297,95 e outra de 212,82 reais. Os veículos serão vendidos livres de débitos de multa
Os interessados deverão fazer o pagamento do valor arrematado à vista, com mais 5% da comissão ao leiloeiro e custas de cartório de 1% até o máximo permitido por lei. O empresário foi intimado a comparecer ao certame. (Clique para continuar lendo).
Outros bens – Além desses cinco veículos, a Polícia Federal (PF) apreendeu outros bens do empresário, como um Porsche Cayenne branco. De acordo com a Justiça Federal, não há ainda data prevista para o leilão dos demais itens.
A lista de bens retidos na casa do empresário, no Rio, inclui ainda 16 relógios, dois motores de lancha, um computador, um piano, uma escultura e o telefone celular de Eike, além de 127 mil reais em espécie (37 mil reais em moedas estrangeiras). Em sua casa na praia de Vila Velha, na cidade de Angra dos Reis, litoral sul do Estado do Rio, foram levados um iate, três motos aquáticas e um jetboard.
Fabricado pela italiana Ferretti, o iate ‘Spirit of Brazil VIII’, modelo Pershing 115, é avaliado em 30 milhões de dólares. Uma das justificativas para o bloqueio e apreensão de bens foi o fato de o empresário, em meio à crise que atingiu suas companhias, ter feito doações aos parentes, em uma manobra considerada suspeita pelo titular da 3ª Vara Criminal Federal.
Na casa de Luma de Oliveira, a Polícia Federal apreendeu, no último dia 12, três carros. A Justiça começou no mesmo dia a rastrear contas de Eike no exterior.
Inicialmente, Eike respondia a apenas um processo, com duas acusações: manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. Segundo o juiz, outros processos, vindos de São Paulo, estão sendo unificados, com mais três acusações, por falsidade ideológica, formação de quadrilha e indução do investidor ao erro.
(Com Estadão Conteúdo)