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Com estoques altos, comércio antecipa liquidações

Segundo o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV ), faturamento das lojas deve desacelerar para 1% em julho, após avançar 3,9% no mês anterior

Por Da Redação
30 jun 2014, 16h00

O segundo semestre começa com o freio de mão puxado para a indústria e o comércio. Após a paradeira provocada pela Copa e que afetou a atividade em junho, o cenário é pouco animador para julho e agosto. As encomendas do comércio para a indústria de eletrônicos e eletrodomésticos da Zona Franca de Manaus estão devagar e atreladas à expectativa dos varejistas de desovar estoque, especialmente de TVs, antes do fim do mundial. No setor de vestuário, a situação é inusitada, já que as lojas começaram a liquidação de inverno praticamente com a abertura da estação, em 21 de junho. “Tínhamos uma previsão que não era boa, mas este mês foi muito ruim”, afirma o presidente da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun.

O início de um segundo semestre em desaceleração para o comércio está estampado nas projeções de vendas para julho do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). Segundo cálculos feitos por 56 grandes redes varejistas, o faturamento deve crescer 1% em relação a julho de 2013, descontada a inflação, depois de ter avançado 5,4% em maio e 3,9% em junho em comparação aos mesmos meses do ano passado. De acordo com o Índice de Antecedente de Vendas (IAV), apurado pelo IDV, julho deve ter as menores taxas de crescimento de vendas para todos os segmentos pesquisados. A expectativa é que o faturamento real com bens não duráveis, que são alimentos e produtos de higiene e limpeza, caia 0,2% este ano ante julho de 2013, e no caso dos bens duráveis, que abrange eletroeletrônicos e móveis, é esperado um acréscimo de apenas 0,5% na comparação anual.

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As projeções indicam que o melhor desempenho em julho é esperado para o segmento de bens semiduráveis, que envolve artigos de vestuário, com crescimento de 4,7%. Mesmo assim, essa variação é praticamente a metade da esperada para maio e junho, de 10,1% e 9,3%. “Essas projeções são uma profecia autorrealizável”, afirma o vice-presidente do IDV, Fernando de Castro. Ele explica que as grandes varejistas consultadas para elaborar o índice, que juntas representam 28% do varejo nacional, fazem suas encomendas às indústrias levando em conta essa projeção de vendas.

O descompasso entre os estoques no comércio e as vendas e um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) feito com base nos últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explicam a cautela nas projeções dos comerciantes e de janeiro a abril, as vendas do comércio varejista restrito, que não inclui veículos, cresceram 5% ante 2013, enquanto os estoques aumentaram 5,2%. Segundo o economista da CNC Fabio Bentes, os estoques estão pesando mais no varejo no segmento de vestuário e de móveis e eletrodomésticos. Entre janeiro e abril, as vendas de itens de vestuário caíram 1,2% e os estoques aumentaram 0,4% em relação a igual período de 2013. Nos móveis e eletrodomésticos, os estoques cresceram 9,6% no período e as vendas avançaram 4,4%.

Tudo indica que esse quadro de desajuste entre estoque e venda piorou nos últimos meses. “As vendas no varejo saíram dos trilhos entre abril e junho”, afirma um executivo do varejo que prefere o anonimato. Os comerciantes já esperavam algum enfraquecimento nos negócios, mas o fraco desempenho do período extrapolou as expectativas, diz ele.

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Férias – O varejo esperava que as vendas de refrigeradores, lavadoras, fogões e móveis ficassem estáveis entre abril e junho ante igual período de 2013. O que se viu foi queda entre 20% e 30%. Nos itens de informática, as vendas caíram 10%. No de eletroportáteis, houve alta de cerca de 2%, ante expectativa de 10%. O resultado da frustração de vendas no varejo recai sobre a indústria no período seguinte, com encomendas menores. “Junho não aconteceu para as indústrias da Zona Franca de Manaus”, afirma o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco, ao fazer referência aos pedidos para o segundo semestre. Boa parte das 192 fábricas de setores como eletroeletrônicos, componentes, relógios e duas rodas de Manaus antecipou as férias coletivas de dezembro para junho.

(com Estadão Conteúdo)

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