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Pagar dívidas é o melhor uso para o 13º, dizem especialistas

Trabalhadores devem conter impulsos de consumo e quitar débitos antes de aumentar as compras de Natal; formar reserva também é essencial

Por Teo Cury 29 nov 2015, 15h12

Habitualmente, os consultores financeiros recomendam que os trabalhadores guardem parte do décimo-terceiro salário para pagar as despesas que surgem no início do ano seguinte, como as com material escolar e IPVA dos veículos. Mas, em 2015, o cenário não é habitual. O aumento do desemprego tem puxado para cima o endividamento das famílias, como atestou pesquisa recente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), segundo a qual três de cada quatro trabalhadores pretendem usar a remuneração extra para pagar dívidas.

Como o mais provável é que sobre pouco (ou nenhum) dinheiro para seguir as dicas recorrentes dos oráculos financeiros, qual a melhor opção? “Pague as dívidas, e primeiro as que têm juros mais altos”, diz Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest. “Nessas situações. não adianta: temos que ser conservadores.”

Em um cenário hipotético em que o trabalhador ganha 2.000 reais por mês e tem dívidas de 1.500 reais no cheque especial e 1.500 reais no cartão de crédito, o aconselhável, diz Calil, é liquidar a dívida que tiver os juros mais altos. “Assim, o ideal é ele quitar a do rotativo do cartão e, com o restante, amortizar os 500 reais do cheque especial”, sugere o especialista.

O próximo passo é verificar quais contas chegam nos três primeiros meses do ano, como por exemplo o IPVA, o IPTU, o material escolar e a matrícula da escola e da faculdade. Uma conta básica para saber quanto poupar para essas despesas de início de ano – isso, claro, se houver de onde tirar para poupar: basta acrescentar 15% em relação ao que se gastou com essas mesmas contas no ano anterior, afirma Calil.

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Em 2015, três de cada quatro trabalhadores usarão 13º para pagar dívidas

Um terceiro cenário: o trabalhador terá dinheiro de sobra ou não possui dívidas em seu nome. “Nesse caso, vale pensar em aplicar o benefício. Um fundo de renda fixa de curto prazo de liquidez imediata, por exemplo”, diz o especialista. “Nada mirabolante.”

Quando sobra algum dinheiro no fim de ano, muita gente aproveita para engordar a ceia de Natal e dar uma caprichada nos presentes. Mas, dado o cenário atual, a prudência é o mais recomendável. “O ano que vem não será dos melhores, é bom ter alguma reserva, deve ser um Natal e um Ano Novo de poucas esperanças”, acredita Calil.

Mauro Halfeld, especialista em finanças pessoais, também recomenda a renda fixa para reforçar suas reservas de emergência com uma eventual sobra do décimo-terceiro. “As melhores alternativas são o Tesouro, a Selic no Tesouro Direto, as LCAs, os CDBs e os fundos DI”, diz.

De dívida pequena a dívida grande – O professor de finanças pessoais do Insper Liao Yu Chieh, também reforça a recomendação de comedimento nas compras de fim de ano – e que, se for preciso escolher, que se opte pelo pagamento de dívidas, mesmo que o débito seja coisa pouca, de 100 reais, por exemplo. “Com 15% de juros ao mês, esses 100 reais viram 200 reais em cinco meses”, diz o professor.

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Rodrigo Marcatti, diretor de private banking (área voltada a clientes de alta renda) do Banco Fator, diz que o melhor a se fazer em relação às compras de Natal é esperar promoções posteriores. “Gaste com sabedoria, negocie com familiares para deixar de dar presente no Natal e pense em presenteá-los depois, quando começam a aparecer as melhores promoções”, aconselha.

Marcatti diz que agora é a hora de quitar as dívidas e ter uma reserva. “É necessário ter um dinheiro guardado, porque a pessoa que está empregada hoje não sabe se estará no ano que vem”, explica. “Está endividado? Converse com seu gerente, negocie, procure uma condição especial, um desconto e veja o que é possível fazer.”

Tão importante quanto priorizar o pagamento de dívidas é não criar novas, diz Mauro Calil, do Banco Ourinvest. “Há muitas ofertas envolvendo o décimo-terceiro”, afirma Calil. “Mas não se pode cair nessa.”

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