China vira mercado estratégico para carne e alimentos do Mercosul
Venda de carne brasileira aos chineses quadruplicou no ano passado, mas Brasil quer diversificar sua matriz de exportações
Os grandes exportadores de carne e alimentos do Mercosul vêem na China um mercado-chave para os seus produtos. A tendência pôde ser comprovada no Salão Internacional da Alimentação de Xangai (Sial China), maior feira mundial do setor e que aconteceu entre os dias 7 e 9 de maio. Apesar da notável ausência de países latino-americanos como Chile e México, neste ano o Mercosul registrou a maior presença registrada dos três grandes exportadores de carne do bloco: Brasil, Uruguai e Argentina.
Por causa dos recentes escândalos de segurança alimentar em países concorrentes, como a venda de carne de cavalo na Europa, o Brasil quadruplicou suas vendas de carne de máxima qualidade de 2011 para 2012. Apesar do desempenho, a matriz de alimentos brasileiros importada pela China não é muito diversificada: 80% das vendas são de soja. Além da carne, o Brasil está aumentando a comercialização de vinho, cachaça, sucos e mel. Marcelo Junqueira, diretor do Ministério da Agricultura, esteve presente no Salão de Xangai e ressaltou a competitividade do país no agronegócio, por “garantir a qualidade e a entrega dos produtos”. “Qualquer país que quiser ter segurança alimentar, não só quanto à inocuidade, mas no que se refere ao volume da oferta, necessita ter parceiros como o Brasil, que garantam sempre a provisão em qualquer situação”, disse ele. Mais de 50 empresas brasileiras participaram da feira. Quem também teve presença significativa foi o Uruguai, que enviou número semelhante de companhias. A Argentina, que também exporta carne para a China, foi o outro país do bloco que participou da feira. A próxima edição do Salão da Alimentação será sediada em São Paulo, em junho. Leia também: China descobre quadrilha que vendia carne falsificada
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(com EFE)