CEO da Fiat quer fusão com Peugeot e Opel, da GM
Sergio Marchionne quer formar gigante euro-americano do setor automotivo
O CEO da Fiat, Sergio Marchionne, tentou uma aproximação com Peugeot e a GM, no início do mês, para propor a criação de uma gigante euro-americana do setor automotivo. A ideia de Marchionne não é uma fusão com a GM, e sim com sua subsidiária europeia, a Opel, que possui uma aliança com a francesa PSA Peugeot-Citroën, segundo fontes da agência Bloomberg.
A Fiat se aproximou da Opel no início do mês e chegou a fazer uma proposta de compra da subsidiária à GM, que negou prontamente a oferta. “A Opel não está a venda. A GM apoia a Opel totalmente”, disse o vice-presidente de conselho da GM, Stephen Girsky, em comunicado.
A imprensa italiana havia publicado que Marchionne estava determinado a comprar a Opel, caso a aliança com a Peugeot na Europa fosse dissolvida. Porém, a Peugeot não demonstrou o menor interesse em quebrar qualquer contrato com a GM. Assim, segundo a Bloomberg, Marchionne refez a proposta: uma fusão mais ampla, envolvendo a própria Peugeot. A ideia do executivo italiano é convencer a francesa a aceitar a ideia da compra da Opel por meio de uma troca de ações. Ou seja, a Peugeot teria uma participação considerável na composição acionária na empresa resultante da fusão.
Segundo a Bloomberg, Marchionne já conversou com a alta cúpula da GM e da Peugeot. Porém, a francesa não está convencida de que a fusão é o melhor caminho. A Peugeot teme que, ao se associar à Fiat, a italiana potencialize sua atuação na Itália, Espanha e França – e traga poucos avanços tecnológicos para o conglomerado. Um acordo com a GM é mais vantajoso para a Peugeot porque a americana possui uma presença mais global – ou seja, não depende tanto do mercado europeu como a Fiat.
Um complicador para a proposta é o fato de a Peugeot ter recebido um aporte de 9,1 bilhões de dólares do governo francês, por meio de emissão de dívida. Em contrapartida, a montadora terá de colocar sindicalistas e representantes do governo em seu conselho de administração – uma ‘estatização branca’ que não agrada ao setor privado.
Resultados – A Fiat divulgou lucro operacional do terceiro trimestre acima das expectativas, à medida que um salto nas vendas de sua unidade norte-americana Chysler compensaram as perdas na Europa, onde o mercado de automóveis se enfraqueceu ainda mais.
A Fiat disse que seu lucro operacional subiu para 951 milhões de euros (1,23 bilhão de dólares), acima da previsão de 910 milhões de euros feita por analistas. A dívida líquida da montadora ficou em 6,7 bilhões de euros, ante uma previsão de 6,5 bilhões de euros. A perda operacional na Europa foi de 238 milhões de euros, o dobro da comparação anual.