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Recuperação da nota vai depender da velocidade das mudanças do futuro governo, diz economista

Para Armando Castelar Pinheiro, da FGV, piora das contas públicas e fraqueza da economia justificam novo rebaixamento do rating do país anunciado pela Fitch

Por Da Redação
6 Maio 2016, 09h54

Para o coordenador de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas, Armando Castelar Pinheiro, a decisão da agência de classificação de risco Fitch de rebaixar novamente a nota de crédito brasileira reflete a piora do quadro da economia do país. “A decisão reflete a dinâmica muito ruim das contas públicas e o fraco desempenho da economia”, diz. A seguir, trechos da entrevista.

Como o senhor analisa a decisão da Fitch? No ano passado, a Fitch rebaixou em outubro e em dezembro. Na segunda vez, ela colocou que o risco de uma nova redução viria se o crescimento fosse pior e a questão fiscal não se controlasse. E efetivamente a situação está pior do que se previa. A decisão é consistente com o que eles haviam sinalizado no fim do ano passado. Reflete a dinâmica muito ruim das contas públicas e o fraco desempenho da economia. Imagino que possa ter entrado nessa equação a situação difícil da Petrobras, da Eletrobras e dos bancos públicos. São questões que podem acabar impactando a dívida pública, ainda que não estejam nos números.

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A decisão traz algum impacto nesse momento em que existe a possibilidade de uma troca de governo? Pode se acreditar que a agência esperaria um eventual novo governo para analisar quais tipos de medidas seriam anunciadas. Nesse sentindo, surpreende um pouco. Por outro lado, para o próximo governo – se ele efetivamente ocorrer -, é bom que o downgrade (rebaixamento) tenha acontecido agora.

Por quê? Deixa claro que o downgrade reflete o que está na mesa. É uma situação herdada extremamente complicada e responsabiliza a administração atual pela situação.

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As agências estão reduzindo a nota brasileira com frequência. Um eventual governo Temer pode estancar esse movimento? Acho que pode. A oportunidade está colocada. Já existe algum otimismo. Obviamente, depende do que o novo governo fizer, mas seja pelas pessoas que estão sendo cogitadas pelo governo, seja pelas ideias que estão discutidas, existe um reconhecimento de atacar a situação fiscal e de criar canais para que a economia volte a crescer.

Na agenda de um eventual governo Temer, o que o senhor enxerga como fundamental, sobretudo para a área fiscal? A questão mais importante é dar um horizonte aos investidores e para as pessoas de forma geral. É importante sinalizar uma trajetória de que a dívida pública não vai explodir e que as coisas vão melhorar para os empresários. A Fitch rebaixou o País porque a economia está contraindo num ritmo muito forte. Se o governo for capaz de criar um ambiente de mais confiança, aos poucos a economia se recupera. Já há sinais positivos. Existe a perspectiva de redução dos juros com uma inflação mais controlada. Um sinal de estabilização na produção industrial. Com a economia parando de cair, pode haver alguma animação importante.

Se as medidas saírem do papel, vai ser rápido para o Brasil subir nas escalas da agência? As agências vão querer ver as medidas se consolidarem. Será proporcional à velocidade que o país conseguir progredir.

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(Com Estadão Conteúdo)

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