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Carros importados deverão custar até 28% a mais em 2012, diz Abeiva

Devido à vigência do novo IPI, previsões da Abeiva estimam queda de 20% nas importações em 2012

Por Beatriz Ferrari
11 jan 2012, 10h22

Os emplacamentos de veículos importados cresceram 87,4% em 2011, em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva). Foram 199.366 unidades no período terminado em dezembro, ante 106.360 veículos vendidos ao longo de 2010.

Apesar do ótimo ano, segundo a Abeiva, a partir de fevereiro, os preços dos automóveis importados podem subir até 28% por causa da nova alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que entrou em vigor em 16 de dezembro, algo que pode impactar nas vendas de 2012.

O impacto do IPI – Ainda que o novo IPI já esteja sendo cobrado há quase um mês, a nova carga tributária não afastou consumidores, pois muitas revendedoras encerraram o ano sem repassar aos clientes o aumento de 30 pontos percentuais no imposto decretado pela Presidência da República. Em dezembro, o crescimento em relação a 2010 foi de 42%. Já na comparação mensal, houve avanço de 26,8%. A Abeiva credita o bom desempenho do setor à entrada de novos fabricantes, como as chinesas JAC e Chery, além do aumento do consumo característico de final de ano.

Ainda segundo dados da associação, a participação da Abeiva no mercado dos automóveis importados em 2011 chegou a 23,35%, enquanto as montadoras instaladas no país atingiram 76,65% do total de veículos importados – o equivalente a 654.363 unidades.

Segundo o presidente da Abeiva, José Luiz Gandini, as vendas do segundo semestre aumentaram consideravelmente também porque os consumidores anteciparam suas compras para escapar da nova alíquota do IPI. Enquanto as vendas das empresas associadas à Abeiva cresceram 26,8% de novembro para dezembro, o mercado avançou apenas 7,8%.

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“As marcas estão soltando aumentos pequenos porque ainda têm estoque. Mas, a partir de fevereiro, os preços devem começar a subir de 15% a 28%. Impossível aumentar menos”. Gandini ainda acrescentou que nenhum importador pretende dispensar funcionários. “Haverá cortes que atingirão principalmente gastos com publicidade e marketing. A Kia pretende cortar 50% dos gastos com mídia em 2012”, afirmou.

A nova alíquota traz perspectivas negativas para o setor em 2012. Gandini prevê uma queda de 20% nas importações, que resultará também em diminuição das vendas. “Nossas primeiras estimativas são de 160 mil unidades no ano”, afirma. O executivo, que também preside a Kia Motors, estima que o aumento do IPI começará a ser repassado e tornará os preços dos automóveis importados menos competitivos. “O ano de 2012 será muito difícil”, avalia.

Críticas ao governo – O presidente de Abeiva aproveitou a coletiva para tecer críticas ao governo sobre a taxa de nacionalização de 65% que será exigida para que as montadoras consigam escapar da nova tributação.”Começar uma fábrica com 65% de nacionalização é impossível. Isso é claramente lobby das montadoras locais pra inibir a concorrência”, afirmou Gandini, que ainda acrescentou que o projeto do novo IPI foi elaborado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, sem o aval do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que deveria cuidar da política industrial do país. “No dia do anúncio, o Pimentel nem sabia o que estava sendo dito”, afirmou o executivo.

Gandini ainda afirmou que nenhum país reclamou do IPI oficialmente junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) por medo de que o governo estenda o decreto a outros setores, como eletrodomésticos da linha branca.

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