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Campanha ‘antibanqueiros’ de Dilma espanta investidores da Bolsa

Ações das principais instituições financeiras listadas na BM&FBovespa acumulam queda desde que a presidente iniciou movimento crítico a bancos no programa eleitoral

Por Da Redação
10 set 2014, 19h17

Desde segunda-feira a presidente Dilma tem se apropriado do discurso petista dos anos 1980 de que os bancos são o inimigo a ser combatido. Tanto em campanha na rua quanto em seu programa eleitoral na TV e no rádio, a candidata passou a valer-se da estratégia de associar banqueiros à causa dos males que atingem a população. A intenção é atingir a candidata Marina Silva (PSB), que tem em sua equipe Neca Setúbal, acionista do banco Itaú. Dilma também se apropriou de um dos pontos do programa de governo de Marina, a autonomia do Banco Central, para desferir críticas. Para a candidata, um BC autônomo será gerido em prol dos interesses de banqueiros. Resultado dessa retórica é que não só o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, despencou quase 6% neste início de setembro, como as ações dos bancos também sentiram o baque. Temendo maior interferência do governo no sistema financeiro caso Dilma se reeleja, investidores fugiram dos papéis das principais instituições bancárias desde segunda-feira.

O Banco do Brasil foi o mais impactado. Apenas nos últimos três dias, perdeu mais de 10% de seu valor de mercado. A queda se atenua para 9% se forem considerados os primeiros dez dias de setembro. No caso do Bradesco, a queda de segunda a quarta chega a 8%. No acumulado de setembro, é de 6,8%. Itaú, Santander e BTG Pactual também acompanharam a tendência de queda ao longo da semana. No mês, as ações do Santander foram as únicas a subir. Os bancos só não perdem no acumulado do mês em queda para a Petrobras, cujo valor de mercado recuou 10,3%.

Efeito Dilma nas ações dos bancos

De 1 a 10 de setembro na BM&FBovespa

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Pesquisas eleitorais – Não bastasse a retórica temerária da presidente, que, aliás, já havia sido superada pelo PT desde as eleições de 2002, investidores iniciam movimento de saída da bolsa temendo que o pleito seja vencido por Dilma. Segundo a Reuters, profissionais do mercado financeiro citaram rumores de que o levantamento Datafolha que será divulgado nesta quarta-feira mostrará Dilma à frente de Marina na simulação de segundo turno. “Esse equilíbrio nas intenções de votos no segundo turno causou certa decepção, porque se imaginava uma resiliência maior da margem da Marina frente a Dilma. Alguma acomodação era esperada, mas foi muito rápido”, disse o gestor na NP Investimentos Julio Erse. Pesquisas da CNT/MDA e Vox Populi divulgadas ao longo da semana também mostram Dilma e Marina empatadas.

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A menor chance de reeleição de Dilma indicada em pesquisas a partir de meados de agosto vinha impulsionando a Bolsa, entre outros fatores, por expectativas de menor intervenção em empresas estatais e em alguns setores da economia. Essa tem sido a mensagem passada tanto por Marina quanto por Aécio Neves (PSDB). Mas, desde que levantamentos passaram a mostrar um quadro mais disputado, parte dos investidores, particularmente locais, passou a embolsar lucros e reduzir posições. Após subir quase 10 em agosto%, o Ibovespa acumula queda de 5,4% em setembro até esta quarta-feira.

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Banco Central – Em propaganda eleitoral de 30 segundos produzida pelo marqueteiro João Santana, que começou a ser veiculada nesta terça-feira, o PT lançou mão das retóricas de pobres contra ricos, negros contra brancos e banqueiros contra o povo para ilustrar a ideia de que dar autonomia ao Banco Central é o mesmo que entregar o órgão aos donos de instituições financeiras. A crença deturpada que a presidente tem em relação ao papel do BC foi destrinchada dias atrás no site Muda Mais, patrocinado pelo partido. Nesta quarta-feira, Dilma replicou com todas as vírgulas a cartilha adiantada pelo Muda Mais: a petista afirmou que a autonomia do Banco Central causará aumento das taxas de juros, desemprego e redução de salário para os brasileiros.

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