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Câmara adia votação de plano republicano para dívida

Falta de apoio na própria base republicana postergou votação para sexta-feira

Por Carolina Guerra
29 jul 2011, 06h06
contagem regressiva para o estouro do teto da dívida americana
contagem regressiva para o estouro do teto da dívida americana (VEJA)

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos decidiu postergar para sexta-feira a nova proposta do Partido Republicano para reduzir o déficit orçamentário do país e elevar o limite de endividamento do governo federal, menos de uma semana antes da data final estipulada pelo Tesouro para que esse assunto seja resolvido.

A votação sobre o projeto de lei estava prevista para começar às 19h (no horário de Brasília) desta quinta, mas minutos antes das 18h os republicanos anunciaram seu adiamento, num sinal de que não conseguiram amealhar votos suficientes para garantir sua aprovação. O fato de a Casa insistir em levar ao plenário um plano unilateral, que tem tudo para ser derrubado pelo Senado, de maioria democrata, é mais um sintoma da gravidade da crise, causada por interesses políticos dos partidos, de olho nas eleições de 2012.

Confira o infográfico sobre a crise da dívida americana

O plano republicano – que traz modificações de última hora motivadas pela oposição de parlamentares do próprio partido – prevê dois aumentos no teto da dívida norte-americana. O primeiro, de 900 bilhões de dólares, ocorreria imediatamente após a aprovação do projeto e teria como contrapartida a adoção de medidas para reduzir o rombo nas contas do governo com cortes de 917 bilhões de dólares ao longo da próxima década. O segundo aumento seria de até 1,6 trilhão de dólares e ocorreria em 2012, mas somente se os congressistas concordassem em cortar os gastos federais em mais 1,8 trilhão de dólares.

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O presidente dos EUA, Barack Obama, quer que o Congresso eleve o limite de endividamento apenas uma vez, de forma que não haja necessidade de debater esse assunto novamente ao longo de 2012, ano de eleições no país.

Movimentação – O deputado republicano John Boehner, que preside a Câmara dos Representantes, está tentando obter um número de votos suficiente para aprovar o projeto. A maioria dos deputados é republicana, mas alguns ainda discordam do plano. Os democratas, que são minoria na Câmara, devem votar em bloco contra o projeto de lei.

Em reunião a portas fechadas na quarta-feira, Boehner pediu mais apoio dos republicanos. O deputado enfrentou críticas internas após a comissão de Orçamento dos Estados Unidos comunicar que o plano apresentado por ele para elevar o teto da dívida do país implicaria um corte menor que o previsto – o contingenciamento seria, na verdade, de 850 bilhões de dólares contra 1,2 trilhão de dólares almejado pelo parlamentar. Por esta razão, o político trataou de realizar ajustes no projeto, para que pudesse ser apreciado ainda nesta quinta-feira. Trata-se portanto de um plano mais realista que o anterior.

Teatro político – A Casa Branca classificou o plano para a dívida e o déficit dos EUA apresentado pelo presidente da Câmara como um teatro político que não tem chance de ser aprovado pelo Senado. “Não há dúvidas de que esse projeto é um ato político”, disse Jay Carney, secretário de imprensa da Casa Branca.

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Segundo Carney, o plano “não irá a lugar algum no Senado”. “Por isso precisamos começar a fazer coisas que realmente podemos aprovar nas duas Casas e transformar em lei”, acrescentou. Apesar disso, ao ser perguntado sobre a possibilidade de default, o porta-voz permaneceu otimista. “Continuamos acreditando e estamos otimistas que o Congresso manterá a razão e que alcançará um compromisso”, disse.

A Casa Branca e os democratas são contrários ao plano de Boehner porque temem que um aumento no limite de endividamento por seis meses insira mais incertezas durante um dos momentos mais importantes economicamente para o país – o Natal.

Aumento de caixa – O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta quinta-feira vendas de títulos da dívida. As emissões, porém, segundo fontes oficiais, não vão acrescentar nenhuma nova dívida e não vão ultrapassar o limite legal do governo. Segundo o departamento, os leilões vão refinanciar dívidas já existentes. O Tesouro emitiu um comunicado após anunciar vendas programadas para segunda-feira, de 27 bilhões de dólares em títulos de três meses e 24 bilhões de dólares em títulos de seis meses.

(com Agência Estado e Agence France-Presse)

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