Cabe à Petrobras falar de reajuste, diz Mantega
Ministro da Fazenda diz que expectativa de aumento da gasolina é "especulação". Já Edison Lobão, das Minas e Energia, reafirmou que Petrobras e governo avaliam o aumento
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que cabe à Petrobras, não ao governo, anunciar quando haverá reajuste de combustíveis. “Vamos ouvir a Petrobras, se é que vai ter esse aumento”, disse o ministro, afirmando que as notícias que circulam a esse respeito são apenas “especulações”.
Em pronunciamento durante a Rio+20, o ministro citou entre as políticas para o desenvolvimento sustentável a substituição gradual da gasolina pelo etanol. Afirmou ainda que o Palácio do Planalto enxerga possibilidades de sinergia entre a Petrobras e a Petrochina. “O Brasil tem demanda grande para produtos petrolíferos como plataformas e estamos convidando os chineses a participar”, disse.
MME – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que ainda não há definição por parte do governo sobre um reajuste do preço da gasolina. Reafirmou, porém, que há estudos da Petrobras sobre aumento do combustível. “A gente vai avaliando, estudando o cálculo do impacto possível na inflação. Nós fazemos isso há muito tempo”, afirmou Lobão em entrevista em hotel na Barra da Tijuca, onde participa da Rio+20.
Na conversa, o ministro comentou que as simulações dos cálculos de reajuste do combustível são feitas pelos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia e levam em conta o plano de investimento da Petrobras. “Não há um aumento de preços para o consumidor há nove anos”, lembrou.
Lobão rejeitou a ideia de uso da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) como instrumento para equilibrar o preço do combustível se houver reajuste. “Esgota-se com isso a Cide”, disse.
Linha branca – O Planalto não está planejando prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca, que vence no fim de junho, revelou Mantega. “Vencem no fim do mês os estímulos e não se está pensando em prorrogá-los. Se você está pensando em comprar geladeira ou fogão, aproveite que pode ser a última oportunidade”, declarou.
Ele concedeu a coletiva ao anunciar uma série de acordos com a China. O ministro ressaltou que os Brics são uma parceria que está dando certo. Segundo ele, apesar da crise, o gigante asiático não diminuiu a importação de commodities do Brasil, acrescentando que, mesmo com a desaceleração, continuará a ser uma das maiores economias do mundo. Mantega acrescentou que vê na China disposição em fazer aproximação importante com o país.
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(com Agência Estado)