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Brics tentam acertar divergências para tirar do papel seu novo banco

Localização e financiamento ainda estão na pauta de desentendimentos. Banco de desenvolvimento próprio surge como uma alternativa ao Banco Mundial e à hegemonia de potências europeias e os EUA

Por Da Redação
27 mar 2013, 12h15

Os países que integram o grupo dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – discutem nesta quarta-feira, segundo e último dia de sua cúpula em Durban (África do Sul), os detalhes que permitirão tirar do papel o plano de criação de um banco de desenvolvimento próprio do grupo, como alternativa ao Banco Mundial, para financiar obras de infraestrutura.

Os Brics acertaram na terça-feira a criação da entidade financeira, mas ainda precisam sanar algumas divergências, como o financiamento e a localização do banco. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, chegou a dizer mais cedo que o bloco havia decidido criar um novo banco de desenvolvimento, mas não entrou em detalhes e nem confirmou se as disparidades haviam sido acertadas. Zuma foi enfático quanto aos benefícios da criação da instituição supranacional. “O banco dirigido pelos Brics mobilizará a economia interna e fornecerá financiamento conjunto a infraestruturas em regiões em desenvolvimento”, afirmou.

Fundo – O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse à AFP que também houve avanços nas negociações para criar um fundo comum que fomente o comércio e que contaria com 100 bilhões de dólares. Os acordos de trocas de moedas – que permitirão o comércio com moeda local e evitam a hegemonia do dólar – também abrirão as portas para os sócios aumentarem suas transações. Para Tombini, este acordo será útil “em caso de turbulências nos mercados financeiros”. Estes fundos poderão ser utilizados para apoiar o comércio se os dólares começassem a escassear nos mercados e também em casos de crise global, como a de 2008.

Na terça-feira, as duas maiores economias do grupo, China e Brasil, fecharam um acordo de troca de moedas locais (reais e iuanes), com operações de até 60 bilhões de reais (cerca de 30 bilhões de dólares) e duração de até 3 anos. O montante pode ser prorrogado de acordo com a vontade das partes e com isso os dois países agem para tirar quase metade de suas ações comerciais da zona do dólar. “Nosso interesse não é estabelecer novas relações com a China, mas expandir relações a serem usadas no caso de turbulência nos mercados financeiros”, disse o presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, após a assinatura.

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O comércio entre os dois países totalizou cerca de 75 bilhões de dólares em 2012. Das exportações de 41,2 bilhões de dólares do Brasil para a China, o minério de ferro respondeu por 34%, enquanto a soja e seus derivados chegaram a 29% e o petróleo, a 12%. Os cinco países do grupo Brics também têm por objetivo criar uma agência de classificação, um mecanismo de resseguros, um conselho de empresários e uma classificação das Universidades.

Os Brics representam juntos um quinto da produção econômica global, mas têm tido dificuldades para transformar seu peso econômico em posição política no cenário internacional. Em termos gerais, os Brics procuram aumentar a cooperação entre eles e ter mais influência internacional, refletindo os novos equilíbrios planetários diante da crise econômica mundial.

(com agência France-Presse e EFE)

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