Braskem diz à PF que contratos de nafta não deram prejuízo à Petrobras
A empresa disse que o contrato refletia a dinâmica dos mercados e que o prejuízo atribuído a ele é resultado da decisão da Petrobras
Advogados da petroquímica Braskem protocolaram nesta quarta-feira petição endereçada à Polícia Federal argumentando que o contrato de fornecimento de nafta à empresa pela Petrobras não gerou prejuízo à petroleira.
A petição vem após o Ministério Público Federal ter denunciado na sexta-feira executivos da Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato. Segundo a denúncia, os executivos seriam responsáveis por dano de 6 bilhões de reais causado por contrato de fornecimento de nafta pela Petrobras à petroquímica.
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“Em sua petição, baseada em 36 anexos produzidos pela Petrobras para a elaboração do relatório interno de apuração dos contratos de matérias-primas entregues à PF, a companhia concluiu que o modelo de contrato de nafta de 2009 firmado com a Petrobras foi equilibrado”, disse a Braskem em comunicado.
A empresa disse que o contrato refletia a dinâmica dos mercados e que o suposto prejuízo atribuído a ele é resultado da decisão da Petrobras de utilizar a nafta contratada pela indústria petroquímica para aumentar a produção de gasolina e atender ao aumento do consumo do combustível no Brasil.
A petição da Braskem, entregue voluntariamente à PF em Curitiba, argumenta que a negociação sobre o preço da nafta foi “exaustiva e pautada por critérios técnicos e econômicos”.
Propina – O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa haviam confirmado, em acareação na Polícia Federal em Curitiba (PR), que a Braskem pagou de 1% a 3% em propina, em dinheiro vivo, tanto para Costa quanto para políticos filiados ao Partido Progressista (PP) entre 2006 e 2012.
Entre os parlamentares citados estão os deputados e ex-deputados Pedro Henry e Pedro Corrêa, ambos já condenados no julgamento do mensalão, Nelson Meurer, João Pizzolati, Mario Negromonte, Luiz Fernando Sobrinho, José Otávio, Arthur de Lira, Dudu da Fonte e Aguinaldo Ribeiro e os senadores Ciro Nogueira e Benedito de Lira. No esquema de pagamento de propina, o dinheiro era desembolsado para acelerar a compra de nafta, composto proveniente do petróleo utilizado como matéria-prima do setor. De acordo com a delação premiada de Alberto Youssef, em troca do favorecimento para a compra do insumo, a Braskem pagou em média 5 milhões de dólares em propina por ano.
(Com Reuters)