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Brasil vive temporada de lucros recordes

Recuperação rápida da crise e impulso do explosivo mercado interno garantem às empresas brasileiras lucratividade sem precedentes

Por Renata Betti
20 ago 2010, 21h17

A tendência para os próximos anos, segundo os analistas, é que as empresas passem a atender a indústria doméstica e a internacional de maneira equilibrada

Nunca se lucrou tanto no Brasil como em 2010. A constatação vem dos próprios balanços financeiros das empresas brasileiras de capital aberto. No primeiro semestre, onze das quinze maiores por ordem de lucro batem seu próprio recorde para os seis primeiros meses de um ano (veja quadro). É o caso da Petrobrás, que está no topo da lista, e lucrou 15,9 bilhões de reais – aumento de 9,1% em relação ao mesmo período de 2009. O Itaú Unibanco registrou um crescimento ainda mais surpreendente, de quase 40% sobre o resultado do 1º semestre do ano anterior, chegando à marca de 6,4 bilhões de reais.

As explicações para tanta bonança? O fim da crise e, principalmente, a explosão do consumo doméstico nos últimos 18 meses. Resume o economista Fernando Exel, presidente da Economatica: “Como o mercado brasileiro quase não foi prejudicado pela crise de 2008, os setores que atendem o consumo interno dispararam – e os primeiros a se beneficiar foram os bancos.” As empresas que realizavam grandes negócios de exportação, por sua vez, foram duramente impactadas, haja vista que a demanda internacional despencou. Estas ainda não recuperaram do período de vacas magras.

Não é a primeira vez que o Brasil tem resultados financeiros tão positivos. Desde 2002, com a aceleração do crescimento dos países emergentes, principalmente China e Índia, os ventos ficaram muito favoráveis à economia brasileira. A forte demanda desses mercados por matérias-primas nacionais fez o preço das commodities – como soja, papel e minério de ferro – mudar de patamar. A saca de soja, por exemplo, passou de quinze reais em dezembro de 2001 para quase 60 reais em abril de 2008. Por causa da ampliação do volume de compra dos estrangeiros, algumas empresas brasileiras passaram a direcionar até 90% de sua produção ao mercado externo.

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Depois da crise financeira internacional de 2008, contudo, a curva ‘mercado interno x externo’ se inverteu. Com o aumento de renda – e de consumo – dos brasileiros, o mercado doméstico tornou-se mais importante para muitas empresas. “As companhias que só vendiam para os estrangeiros estão correndo para recuperar o tempo perdido. Agora, o mercado inseguro é o externo”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

A tendência para os próximos anos, segundo os analistas, é que as empresas passem a atender a indústria doméstica e a internacional de maneira equilibrada. Por ora, enquanto o consumo no país estiver crescendo de forma tão agressiva, a expectativa é que bancos, empresas de energia, telefonia e varejo continuarão a registrar lucros recordes.

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