Brasil terá crescimento sem brilho, diz Moody’s
A agência de classificação de risco estima crescimento de 2% a 3% para o país neste ano e de 3% a 4% em 2015
As projeções de curto prazo para a economia do Brasil continuam fracas, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s. Em relatório sobre o cenário macroeconômico global publicado nesta terça-feira, a agência de classificação de risco alertou que o Brasil “provavelmente verá um crescimento econômico sem brilho nos próximos dois anos”.
O cenário central das projeções mostra um crescimento de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano e de 2,5% a 3% para 2015. No relatório de novembro, a estimativa para 2015 era de um avanço entre 3% a 4%.
A Moody’s afirmou que a atividade econômica do Brasil no ano passado foi mais fraca que o esperado inicialmente, refletindo a relutância dos empresários em investir e níveis de inflação “persistentemente elevados”. A agência alertou que o aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC) deverá pressionar a demanda doméstica.
As obras de construção antes da Copa do Mundo podem ajudar a atividade econômica desse ano, mas há “sinais crescentes de que o crescimento pode sofrer para retornar ao ritmo pré-crise”, destacou o relatório.
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A sustentabilidade da taxa de crescimento de longo prazo também permanece como uma preocupação da agência, uma vez que a recente desaceleração da produtividade provavelmente reflete uma fraca infraestrutura. “O limitado apetite por risco do setor privado também deve persistir, limitado a relação de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e talvez pressionando a oferta potencial”, afirmou a Moody’s.
Emergentes – A agência também disse em relatório sobre o cenário macroeconômico global que as economias avançadas parecem ter alcançado “um genuíno ponto de virada”, com destaque para Estados Unidos, Reino Unido e zona do euro. Esse crescimento, porém, está “provavelmente” relacionado a ajustes econômicos em alguns mercados emergentes
“No curto prazo o crescimento econômico mais forte nas economias avançadas provavelmente estará associado a ajustes mais dolorosos em alguns mercados emergentes, à medida que investidores reequilibram seus portfólios”, escreveu Colin Ellis, diretor-associado da Moody’s.
Com isso, sua projeção para as economias avançadas do G-20 é de 2,3% de crescimento do PIB para este ano e de 2,5% para 2015. Já para as economias emergentes, a expansão econômica está projetada em 5% para 2014 e de 5,5% no ano que vem.
(com Estadão Conteúdo)