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Brasil tem 90% de chance de entrar em recessão, aponta estudo

Índice de Confiança da Indústria é o principal indicador que impulsiona a probabilidade de PIB negativo

Por Da Redação
21 jul 2014, 15h50

A probabilidade de a economia brasileira já estar em recessão é de 90%, aponta estudo do Banco Cooperativo Sicredi. O trabalho tomou como premissa o critério de classificação de recessões do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que antecipa, com base numa série de indicadores, uma tendência de declínio econômico antes de haver, de fato, queda na taxa de crescimento. O país só é considerado em recessão técnica após dois trimestres seguidos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo.

De acordo com o estudo, quando se exclui do cálculo o Índice de Confiança da Indústria (ICI), a probabilidade de a economia estar em recessão cai para 20% – o que indica que a indústria responde destacadamente pelo arrefecimento da economia brasileira. O Ibre, segundo o economista do Sicredi Pedro Ramos, tem como critério a avaliação de séries econômicas de diversos indicadores, cruzando-as com períodos em que a economia de fato entrou em rota de declínios. Entraram no modelo do banco indicadores como expedição de papelão ondulado (ABPO), consultas em bases de dados do comércio de São Paulo, empregos formais, confiança do consumidor e da indústria, entre outros. “A conclusão é de que muito dos 90% de probabilidade de a economia estar em processo de declínio na sua taxa de crescimento se deve ao mau comportamento da indústria. Isso é explicado pelo fato do ICI ter chegado a 87 pontos, o que ocorreu só em períodos em que o Brasil esteve em recessão”, explicou Ramos.

Colabora para o mau momento da economia o fato de que em outras épocas, a despeito de a indústria não crescer ou crescer menos, a agropecuária e os segmentos de serviços mostravam taxas destacadas de crescimento. Agora, observa Ramos, serviços e agropecuária estão crescendo menos. “Caracteriza-se assim um quadro que não acontecia desde 2009. Agora, as diversas variáveis de confiança estão caindo para níveis não vistos antes”, afirma.

Segundo o Sicredi, a economia tem apresentado, por meio de seus diversos indicadores antecedentes e coincidentes de atividade, resultados análogos aos de períodos que antecederam momentos marcados por recessões no Brasil. É com base nesse tipo de evidências que o National Bureau of Economic Research (NBER) entendeu em 2000 que os Estados Unidos haviam entrado em recessão antes mesmo dos dois trimestres seguidos de queda do PIB.

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Ramos afirma que, além de os indicadores antecedentes de atividade já trazerem resultados negativos, a consolidação dos dados econômicos no primeiro trimestre levou a um uma baixa taxa de crescimento do PIB, de apenas 0,2%. O segundo trimestre, segundo parte majoritária dos analistas do mercado financeiro, deve se encerrar com a economia adentrando o campo negativo. No Sicredi, a previsão é de uma queda de 0,1%.

Na semana passada, a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que o fluxo de veículos pesados caiu 4,3% em junho, a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) confirmou queda de 3,3% na expedição de papelão ondulado e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou recuo na fabricação de veículos de 19%.

(Com Estadão Conteúdo)

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