Para explicar o momento crítico que a economia brasileira enfrenta, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, recorreu aos seus conhecimentos literários na noite desta quinta-feira. Em evento em São Paulo, citou o livro Tufão, do escritor polonês Joseph Conrad (1857-1924), no qual o capitão do navio Nan-Shan leva a embarcação para dentro de um furacão e, após vencer o temporal, consegue alcançar um porto seguro. “Na verdade, o furacão atingira o navio com toda sua força, devastando o tombadilho; e os marinheiros aturdidos e desesperados refugiavam-se no corredor de bombordo sob a ponte de comando”, diz um trecho do livro. “Todo ajuste traz custos no curto prazo e benefícios de forma moderada”, afirmou o ministro. A julgar pelo agravamento da crise econômica – o próprio Banco Central já prevê uma retração de 2,7% no PIB e inflação a 9,5% no fim de 2015 – e pela enorme dificuldade do governo de tornar o ajuste fiscal possível, é de se perguntar: a melhor metáfora a ser feita é com o Nan-Shan ou o Titanic? (Da redação)
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