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Brasil deve se tornar líder entre estrangeiros no mercado imobiliário de Miami

Depois de invadirem os shoppings centers, brasileiros estão perto de dominar as compras de casas e apartamentos para moradia, lazer ou investimento

Por Naiara Infante Bertão e Talita Fernandes
1 out 2012, 11h49

Não é de hoje que o os brasileiros vão às compras nos Estados Unidos. Essa voracidade de consumo, no entanto, extrapolou os “outlets” e shopping centers e chegou ao mercado habitacional – num fenômeno que nem a valorização de 8,85% do dólar sobre o real em 2012 conseguiu intimidar. Ante os elevados preços no Brasil e a concomitante diminuição dos valores nos EUA, muitos brasileiros passaram a adquirir imóveis em seus destinos preferidos, como o estado da Flórida. Eles não querem só morar ou passar férias, mas também vêm no setor imobiliário uma alternativa de investimento. A expectativa de consultores e corretores locais é que a participação dos brasileiros no número de casas e apartamentos comprados por estrangeiros em Miami-Dade – condado onde está localizada a cidade de Miami – volte a crescer neste ano após ter subido 30% em 2011. Neste ritmo, os clientes do país ultrapassarão os venezuelanos no ranking de estrangeiros que mais adquirem imóveis na região.

De acordo com a Miami Association of Realtors (a associação dos corretores da cidade), os brasileiros respondiam, no fim do ano passado, por 12% de todo o mercado imobiliário de Miami, contra 15% dos cidadãos da Venezuela. Em 2010, os países tinham participações de 9% e 28%, respectivamente. “O interesse dos brasileiros por imóveis na região segue alta, ao passo que os venezuelanos estão comprando menos do que antes. É que eles já fizeram muitos negócios em anos anteriores, quando os mais ricos tiveram de fugir da crise política de Hugo Chávez”, explica Antônio Conde, diretor de comercialização e marketing do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

Ainda segundo a associação, em levantamento feito em novembro, os brasileiros já eram indicados como líderes entre os estrangeiros nas compras de imóveis acima de 1 milhão de dólares. O estudo apontava também a expectativa de que eles encabeçariam o ranking de casas na faixa intermediária de preços, de 250 mil a 500 mil dólares. “Com o poder de compra dos americanos em baixa, as corretores e associações locais viram nos estrangeiros, especialmente os brasileiros, um mercado consumidor promissor”, diz Conde. Ele acrescenta que as associações e corretoras locais estão investindo na disseminação de informações sobre os trâmites legais para realização desse tipo de negócio com o intuito de atrair mais interessados.

O brasileiro Leo Ickowicz, presidente da Elite International Realty, imobiliária sediada em Miami, comenta que o interesse por imóveis na cidade ganhou forte impulso graças à queda dos preços decorrente do estouro da bolha imobiliária do país em 2008. Na época, os preços despencaram, em média, 40%. Hoje, a diferença é 30 pontos porcentuais menor. “Apesar de os preços terem subido nos últimos anos e se encontrarem por volta de 10% abaixo do valor pré-crise, os brasileiros ainda procuram a cidade”, diz. Ickowicz explica que, ao contrário do que se viu entre o final da década de 1990 e 2008, quando a compra de imóveis visava, sobretudo, a especulação; os brasileiros agora almejam a aquisição de um imóvel para moradia, lazer ou até investimento.

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Perfis – O empresário explica que há três perfis principais de compradores brasileiros em Miami: os que adquirem imóveis para alugar e costumam gastar entre 250 mil e 300 mil dólares em um apartamento de 80 a 90 metros quadrados (perfil que corresponde a 40% das compras de brasileiros em sua imobiliária); aqueles que usam esporadicamente esses bens para lazer e pagam entre 300 mil e 1 milhão de dólares em residências de 140 a 150 metros quadrados (30% dos clientes da corretora); e os que pagam mais de 1 milhão de dólares por 500 metros quadrados para morarem por alguns meses (geralmente empresários ou aposentados).

Segundo Ickowicz, muitos integrantes desta faixa de clientes brasileiros que mais gastam em imóveis na cidade – geralmente empresários bem-sucedidos e aposentados ricos que compram casas e apartamentos à beira da praia e vivem na ponte aérea Brasil-EUA – estão descobrindo outro nicho do mercado imobiliário local: os imóveis comerciais, que oferecem taxa média de rendimento de cerca de 7% ano. “Ele não precisa trazer dinheiro do Brasil. Ele vem aqui, investe num imóvel comercial e o dinheiro que ganha ele já gasta aqui”, afirma.

Entre os lugares preferidos dos brasileiros está o bairro de Aventura, tradicional centro de compras de Miami, com vários shoppings centers, área verde, nível de segurança considerado bom e ainda com preços de imóveis menores que os da beira-mar.

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