Bolsas europeias fecham semana turbulenta em baixa
Bolsa de Milão foi a que mais caiu, acumulando perdas de 13% na semana
Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em baixa, pressionados por receios com a economia dos Estados Unidos e com a aparente morosidade dos governos europeus para implementar medidas de combate à crise das dívidas soberanas. Nesta sexta-feira, comissário econômico da União Europeia (UE), Olli Rehn, tentou acalmar o mercado afirmando que a Comissão Europeia tem como objetivo reforçar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês).
Apesar disso, Rehn não abordou a questão mais importante: o tamanho da EFSF, que precisa ser aumentado várias vezes para que esse mecanismo possa barrar de forma confiável uma eventual disseminação da crise para Itália ou Espanha. As bolsas receberam leve suporte após dados mostrarem que a economia dos EUA criou 117 mil novos empregos em julho, mais do que as 75 mil vagas esperadas. A taxa de desemprego do país também caiu, de 9,2% para 9,1%. Esses dados foram alguns dos poucos indicadores norte-americanos positivos divulgados recentemente.
Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou 2,71%, para 5.246,99 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 1,26%, para 3.278,56 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 2,78%, a 6.236,16 pontos. Na semana, o Xetra DAX liderou a queda entre esses três índices, recuando -12,89%, seguido por CAC 40 (-10,70%) e pelo FTSE 100 (-9,77%).
Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 0,62%, para 16.028,80 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 0,18%, para 8.671,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 1,20%, para 6.249,21 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, perdeu 2,25%, para 1.062,00 pontos.
Na semana, esses quatro índices também acumularam queda, liderados pelo FTSE MIB, que caiu 13,04%, seguido por ASE (-11,80%), IBEX 35 (-9,96%) e PSI 20 (-9,34%).
Philippe Gijsels, diretor de pesquisas do BNP Paribas Fortis Global Markets, destacou o declínio relativamente pequeno das bolsas de Madri e Milão na sessão de hoje. “Quando os índices mais prejudicados começam a se recuperar, pode ser um sinal de que já caímos o suficiente”, afirmou, acrescentando que os investidores também podem estar cobrindo posições vendidas caso as autoridades europeias anunciem qualquer tipo de medida no final de semana.
Entre os destaques da sessão, o banco francês Natixis subiu cerca de 11% em Paris depois de divulgar um declínio de 3% no lucro do segundo trimestre na comparação com um ano antes. As ações da Alcatel-Lucent subiram 3,5% depois de terem perdido cerca de um terço de seu valor nas últimas sete sessões.
Em Londres, os papéis do Royal Bank of Scotland Group recuaram 6,9%, mas chegaram a cair mais de 20% depois de anunciar que registrou prejuízo no segundo trimestre, em parte devido a perdas com títulos da Grécia.
(Com Agência Estado)