Por Gabriel Bueno
Londres – Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em alta, puxados por ganhos em ações de mineradoras, setor de tecnologia e fabricantes de automóveis. Os avanços ocorreram mesmo com perdas em alguns bancos, após uma série de rebaixamentos e advertências por agências de classificação de risco.
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,84%, para fechar em 238,51 pontos, enquanto ministros das Finanças do G-20 se reuniam em Paris para conversas dominadas pela crise da dívida na zona do euro. Na semana, o Stoxx 600 teve alta de 2,81%.
Os mercados europeus ampliaram seus ganhos após a divulgação de aumento nas vendas do varejo nos Estados Unidos. Segundo informou o Departamento do Comércio do país, as vendas no varejo subiram 1,1% em setembro ante agosto, resultado acima do previsto por economistas, que esperavam aumento de 0,8%.
Entre as ações em alta na Europa, Ericsson subiu 3,9%, após a companhia do setor de celulares Sony Ericsson informar que ainda espera conseguir um crescimento modesto em 2011. Outros papéis do setor de tecnologia também subiram, entre elas SAP (alta de 2,1%). A companhia informou que ainda espera alcançar lucros acima do previsto este ano.
Os resultados fortes do Google, divulgados ontem, também ajudaram o setor. Entre outras ações de tecnologia, as da fabricante de microchips STMicroelectronics ganhou 3,6% em Paris, ajudando o índice CAC 40 a avançar 0,97%, fechando em 3.217,89 pontos. Na semana, o CAC 40 subiu 3,95%.
As ações de mineradoras também tiveram alta, enquanto os preços de commodities subiram, auxiliados por uma leve desaceleração na inflação chinesa.
O estrategista-chefe da Brewin Dolphin, Mike Lenhoff, disse que, diferentemente da zona do euro, o mundo em desenvolvimento ainda tem muito espaço para estimular a atividade econômica através do corte na taxa de juros.
No setor de commodities, Vedanta Resources subiu 1,2% em Londres e a mineradora de prata Fresnillo ganhou 1,9%. Com isso, o índice FTSE 100 avançou 1,17%, para fechar em 5.466,36 pontos, e na semana ficou em alta de 3,07%.
A companhia italiana do setor de petróleo Eni subiu 4,5%, e o índice FTSE MIB da Bolsa de Milão ganhou 2,49%, para 16.289,65 pontos, após o primeiro-ministro Silvio Berlusconi obter um voto de confiança no Parlamento. Na semana, o FTSE MIB subiu 4,90%.
Na contramão, várias ações de bancos tiveram perdas. As ações do Commerzbank recuaram 4,9% em Frankfurt, após o Goldman Sachs rebaixar o banco de “comprar” para “neutro”, citando o aumento na probabilidade de recapitalização generalizada do setor.
O índice DAX 30 subiu 0,89%, para fechar em 5.967,20 pontos, com os ganhos no setor de tecnologia e automóveis compensando as perdas do banco. Os papéis da BMW ganharam 3%. Na semana, o índice da Bolsa de Frankfurt teve alta de 5,13%.
As ações do BNP Paribas recuaram 3,3% em Paris, após o Deutsche Bank cortar o rating do banco de “comprar” para “manter”. O banco alemão disse ainda que espera uma recessão na Europa nos próximos 12 meses e que a crescente competição por financiamento pode prejudicar os bancos.
A Fitch rebaixou na quinta-feira o rating de crédito do UBS e colocou vários bancos, entre eles BNP Paribas, Société Générale e Deutsche Bank, em revisão para possível rebaixamento. UBS caiu quase 1%, SocGen recuou 3,6% e Deutsche Bank perdeu 1,2%.
Também no fim da quinta-feira, a Standard & Poor’s cortou seu rating de longo prazo para a Espanha de AA para AA-, citando o alto desemprego, entre outros motivos. O Ibex 35 subiu 0,36% na Bolsa de Madri, para 8.975,50 pontos. Na semana, o Ibex 35 ganhou 2,01%. Em Portugal, o índice PSI 20 teve alta de 1,09%, para fechar em 6.086,82 pontos, com variação de 2,80% na semana.
As ações da Unilever subiram 2,5% em Londres, após a companhia informar que comprará uma parcela de 82% da companhia de cosméticos russa Kalina. As informações são da Dow Jones.