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Bolsas da Europa não resistem a notícias sobre a Grécia

No domingo, rascunho do orçamento de 2012 do governo grego expôs as fragilidades do país; bolsas reagiram com fortes perdas

Por Da Redação
3 out 2011, 14h16

Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em queda nesta segunda-feira pressionados por notícias de que o governo da Grécia não cumprirá seus metas de redução do déficit público. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,13%, ou 2,56 pontos, para 223,62 pontos, no início do trimestre. O indicador teve no terceiro trimestre suas quedas mais acentuadas, em pontos e em porcentagem, desde dezembro de 2008 – fruto do temor diante da dívida na Europa e das dificuldades de os países do continente retomarem o crescimento.

As ações recuperaram algumas perdas, após dados dos Estados Unidos mostrarem que o índice do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) de atividade industrial dos Estados Unidos subiu para 51,6 em setembro, de 50,6 em agosto, acima da previsão dos economistas, de 50,4. O temor ante a Grécia, porém, dominou o sentimento dos mercados.

No domingo, o rascunho de orçamento para 2012 foi aprovado pelo gabinete grego. O documento mostrou um déficit de 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011, abaixo da meta de déficit de 7,6%. O déficit, como previsto, também não estaria na meta em 2012 – a previsão é de 6,8%, ante meta de 6,5%.

Ações dos bancos sob pressão – Por toda a Europa, os bancos estavam sob pressão, com BNP Paribas recuando 4,6% e Société Générale perdendo 5,2%. Além disso, as ações do Commerzbank caíram 7,3%, e ING cedeu 5,2%. Os ministros das Finanças europeus reuniram-se em Luxemburgo, nesta segunda-feira, para discutir as reformas da Grécia. A decisão, porém, sobre a próxima parcela de ajuda – vital se Atenas quiser evitar um default em breve – foi adiada para meados de outubro.

Na bolsa grega, o índice ASE caiu 2,40%, fechando em 779,29 pontos, com as ações do Alpha Bank caindo 8,3%, o Piraeus Bank recuando 6,4% e o Banco Nacional da Grécia perdendo 7,3%. As ações do Dexia desabaram mais de 10%, após a Moody’s colocar o rating do banco em revisão por temores de que a instituição tenha problemas para obter financiamento no mercado. Relatos da imprensa afirmam que funcionários franceses e belgas devem se reunir para discutir um pacote de ajuda para o Dexia, que tem grande exposição à dívida grega.

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O índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, caiu 2,28%, para 5.376,70 pontos, com as companhias do setor automotivo recuando bastante – BMW caiu 5,7% e Volkswagen recuou 4,8% – por causa dos prolongados temores de que a economia da China pode desacelerar.

Na Bolsa de Paris, o CAC 40 recuou 1,85%, para 2.926,83 pontos. O setor automotivo teve perdas, com Renault (-2,9%) e Peugeot (-2,1%). Uma das maiores perdas em Paris foi da Alcatel-Lucent, do setor de equipamentos de telecomunicação, que recuou 12% após a corretora Nomura cortar sua perspectiva para o setor de neutra para tendência de baixa. A Nomura também reduziu suas estimativas de ganho por ação e preço-alvo para a Alcatel-Lucent e a L.M. Ericsson, dizendo que vê mais queda na Alcatel-Lucent. As ações da Ericsson caíram 3,8% em Estocolmo.

O índice FTSE 100, do Reino Unido, caiu 1,03%, para 5.075,50 pontos. Entre as mineradoras, Vedanta caiu 8,3%, enquanto Xstrata mostrou declínio de 3,64% e Rio Tinto, de 2,4%. Já a Randgold subiu 3,7% e a Fresnillo avançou 1,1%, beneficiadas pelas cotações mais altas do ouro e da prata.

Enquanto isso, os temores sobre o crescimento econômico da China pesaram no setor de produtos de luxo, ampliando as perdas da semana passada. As ações do Burberry Group caíram 7%. Após o pior trimestre em três anos na Europa, o apetite do investidor por ações na região segue dolorosamente testado. Um cofundador da Seven Investment Management, Justin Urquhart Stewart, disse que os investidores devem evitar as ações de banco e do setor de consumo, porém ele notou que os preços das ações de todas as companhias vão seguir refletindo esses problemas.

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Companhias como Siemens, Nestlé, Unilever e Royal Dutch Shell seguirão “fazendo seus negócios como sempre, levantando capital”, disse Urquhart Stewart. “Os investidores devem encontrar conforto no fato de que a maioria dos retornos de longo prazo vem da combinação de dividendos, não dos preços espetaculares das ações”, apontou ele.

Em Madri, o índice Ibex 35 caiu 2,26%, para fechar em 8.353,80 pontos. As ações da OHL, do setor de construção, recuaram 3,9%, e o Banco BBVA e Caixabank perderam 3,6% cada, enquanto Santander cedeu 3,5%. Em Portugal, o índice PSI 20 da Bolsa de Lisboa recuou 5.737,78 pontos.

(com Agência Estado)

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