Boeing e Airbus travam disputa em feira do setor
Depois de a francesa anunciar a venda de US$ 11 bilhões para empresa europeia, Boeing lança nova versão do modelo 787-10 e anuncia encomendas
Depois de a brasileira Embraer lançar sua 2ª geração da família de jatos comerciais, agora a Airbus e a Boeing, duas grandes fabricantes de aeronaves, travam uma disputa pela maior encomenda de novos aviões. Na feira do setor Paris Airshow, na França, as duas companhias anunciaram nesta terça-feira suas demandas. Enquanto a Airbus disse que fechou um acordo de cerca de 11 bilhões de dólares para fornecer 135 aviões para a companhia britânica de baixo custo easyJet, a Boeing, por sua vez, lançou a versão 787-10 de suas aeronaves Dreamliner – e afirmou que já está com 102 pedidos acordados no valor de quase 30 bilhões de dólares a preços de tabela.
No caso da Airbus, a easyJet concordou em comprar 35 aviões do modelo atual A320 e 100 aeronaves do modelo de nova geração A320neo, com opções para adquirir outras 100 unidades. Pelo preço de tabela, a encomenda sairia por cerca de 11,5 bilhões de dólares, mas a easyJet afirmou ter negociado um desconto “bastante substancial”. A Boeing chegou a competir com a francesa para levar a transação, mas a Airbus emergiu como favorita.
“A Airbus ofereceu a melhor proposta, com um desconto sobre o preço de tabela maior do que o que foi dado para a frota comprada da empresa em 2002”, disse a presidente-executiva da easyJet, Carolyn McCall. A easyJet iniciou suas operações em 1995 com aeronaves Boeing, mas mudou para os modelos da Airbus em 2002. Na época, houve um acordo de compra de 120 aeronaves A319, com opções para outros 120 aviões, depois de uma dura concorrência. As aeronaves A320 da Airbus serão entregues entre 2015 e 2017 sob um acordo já existente, disse a easyJet, e os aviões da nova geração vão se integrar à frota entre 2017 e 2022, no âmbito de um novo acordo.
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Sinal de apoio – Já o lançamento da Boeing, anunciado na sequência do de sua concorrente, já era aguardado e cinco companhias aéreas e empresas de leasing demonstraram um sinal de apoio para o 787, poucos meses após a primeira versão ter sido proibida de voar por problemas de bateria. Os compradores são a Air Lease, com 30 aviões; a GE Capital Services, com 10; a British Airways, com 12; a Singapore Airlines, com 30; e a United Airlines, com 20. O pedido da United inclui 10 novos aviões e 10 conversões do modelo 797-9, que deve realizar o primeiro voo no final deste ano.
A aeronave será 25% mais eficiente para operar do que os atuais aviões comparáveis, afirmou o presidente-executivo de aviões comerciais da Boeing, Ray Conner. O 787-8, lançado no final de 2011, ficou paralisado em todo o mundo em janeiro, depois que suas baterias de íon-lítio superaqueceram em dois jatos em aproximadamente uma semana.
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(com agência Reuters)