BNDES estuda captar recursos no exterior, diz Coutinho

Presidente do banco quer ter moedas estrangeiras em caixa para facilitar o financiamento de setores como o de petróleo e gás, que opera em dólar

Por Da Redação
20 Maio 2013, 19h47

o presidente do BNDES, Luciano Coutinho (Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta segunda-feira que a instituição deve buscar recursos em moeda estrangeira no exterior. “Em breve, a diretoria do banco definirá as condições da captação externa que a instituição pretende fazer”, disse ele. Perguntado se tal operação poderia ocorrer ainda no primeiro semestre, ele ressaltou que não trabalha com prazos específicos. “Estamos examinando o melhor momento. Não quero antecipar”.

Segundo Coutinho, nos últimos anos o BNDES tem ido ao mercado internacional de bônus para captar recursos, com o objetivo de “complementar sua capacidade” de financiamento. “Esses recursos em moeda estrangeira precisam ser aplicados aqui também. Há setores que operam em dólar, como o de de petróleo e gás, onde é possível dar curso a esses recursos. A nossa captação ajuda a apoiar a exportação brasileira”, afirmou Coutinho.

Gás de xisto – Coutinho afirmou que a produção de gás de xisto nos Estados Unidos, a custos muito reduzidos, trará desafios para a competitividade de empresas de todo o mundo. Nos últimos três anos, o gás de xisto dos Estados Unidos ficou cinco vezes mais barato que o gás natural no Brasil. Apesar de não propor nenhuma alternativa para aumentar a competitividade nacional, o presidente do BNDES reconheceu que os preços baixos no mercado norte-americano são uma ameaça.

“O gás norte-americano preocupa toda a indústria. Muitas empresas estão se ajustando e levando de volta suas operações para os EUA. E são processos intensivos de uso de energia”, disse Coutinho. “Eu acredito que já a partir do ano que vem e no ano seguinte esses efeitos serão mais fortes e vão atingir o mercado internacional como um todo”, afirmou ele.

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(com Estadão Conteúdo)