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Bilhões de dólares entram e saem do país com um apertar de botão

Entenda como se movimentam os fundos que aplicam e retiram somas bilionárias da economia brasileira ao sabor do noticiário político

Por Luís Lima 16 abr 2016, 08h46

No último dia 4 de março, data da condução coercitiva do ex-presidente Lula, mais de 2,12 bilhões de reais foram aportados na Bovespa por estrangeiros, o maior volume para um só dia desde janeiro de 2007. Muitas dessas operações, realizadas por fundos de investimento, são efetivadas, literalmente, em um apertar de botão. Por trás desse movimento, há uma equipe que se orienta por uma única premissa: aproveitar cada janela de oportunidade que se abre para fazer dinheiro.

Nos fundos de investimento que trabalham com ativos mais voláteis, como ações e derivativos, os analistas de mercado, que se dividem entre júnior, pleno ou sênior, monitoram os desdobramentos dos cenários políticos e econômico, minuto a minuto. Organizados em setores ou empresas, eles acompanham em tempo real todos os fatos – notícias, eventos, teleconferências, balanços — que podem impulsionar ou desvalorizar os papéis que administram. Para isso, costumam usar plataformas de notícias como a Bloomberg para dar ordens de compra ou venda de ativos.

As equipes dos fundos, via de regra, são enxutas, o que permite uma comunicação direta entre seus membros. Em todos eles há o chamado comitê de investimento, órgão máximo do poder, geralmente composto por sócios mais graduados, responsáveis por tomar decisões de investimento.

“Esse colegiado pode se reunir a cada uma ou duas semanas, no caso de um fundo de private equity, que tem uma estratégia de mais longo prazo, ou ter encontros mais frequentes, no caso de fundos que atuam na Bolsa, com foco no curto prazo” explica Patrice Etlin, diretor da Advent Internacional. As oportunidades de negócios são identificadas por analistas e levadas ao comitê. O gestor mais sênior da carteira dá a palavra final.

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No caso de um fundo estrangeiro, o comitê é baseado no exterior, e, por isso, as decisões são tomadas lá fora. Com maior capilaridade, grandes fluxos de dinheiros podem entrar ou sair mais facilmente do país. Como não há uma locação única, o pool de dinheiro é movimentado em escala global ou regional. Dessa forma, os fundos conseguem influenciar as cotações do câmbio ou da Bolsa, já que eles administram milhões de dólares que entram ou saem de um país.

Em todos os fundos, as decisões são tomadas dentro da empresa. Pressupõe-se que ao dar dinheiro para o fundo, é ele o responsável por tomar as decisões, segundo a política de investimento, que o orienta e que é compartilhada. “Ao colocar o dinheiro no fundo, o investidor deu uma ‘carta branca’ para atuar dentro da política do fundo”, compara Robertson Emerenciano, especialista em direito empresarial da Emerenciano, Baggio & Associados.

Quaisquer mudanças fundamentais na política de investimento de um fundo devem ser aprovadas em assembleia por seus cotistas. “Se o fundo não seguiu a política de investimento, não fez assembleia, os cotistas podem responsabilizar os gestores por uma mudança de política não autorizada e pedir indenização”, reforça Emerenciano.

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Para se remunerar, o fundo cobra uma taxa de administração para manter as despesas do escritório e uma taxa de sucesso em cima dos ganhos que conseguiu apurar com seu investidor. Vale lembrar que os fundos são agentes passivos, mas também ativos, ou seja, costumam prospectar clientes.

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