Bendine não vai à cerimônia de posse de Pedro Parente na Petrobras
No lugar do ex-presidente, compareceu o diretor Hugo Repsold, que ocupava a presidência da Petrobras interinamente
Presidente da Petrobras de fevereiro de 2015 até esta semana, durante o governo da presidente da República afastada Dilma Rousseff, Aldemir Bendine não participou da cerimônia de transferência do comando para Pedro Parente, indicado pelo presidente em exercício, Michel Temer. No lugar de Bendine está o diretor Hugo Repsold, que ocupa a presidência da Petrobras interinamente.
A cerimônia de posse de Parente aconteceu na manhã desta quinta-feira e contou com a presença de executivos do setor e da empresa. Participam da solenidade, além de Parente e Repsold, o presidente do conselho de administração, Nelson Guedes, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o governador do Rio de Janeiro em exercício, Francisco Dornelles. Na plateia, está Maria Silvia Bastos, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Presidente Bendine fez a parte mais difícil da tarefa. A companhia não tinha balanço e passava por crise financeira. Ele e a sua diretoria foram capazes de superar aquele momento. Não hesito em parabenizá-lo”, afirmou Guedes. Primeiro a se pronunciar durante a posse, ele destacou também a reestruturação interna promovida por Bendine.
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“Um dos maiores avanços dessa gestão, e já temos o aval de Parente para dar continuidade, foi na governança corporativa. A meta é estender às mais de 200 empresas do sistema Petrobras, onde quer que esteja”, afirmou Guedes, que em seguida elogiou Parente, dizendo que o mandato de Parente se inicia “com chave de ouro”.
Lei de partilha – Parente, defendeu mudanças na lei de partilha da produção do pré-sal durante cerimônia de transmissão do cargo, e disse que a legislação do jeito que está não atende aos interesses nem da companhia e nem do país. Segundo ele, uma mudança na lei permitirá que o pré-sal seja mais bem explorado.
“Se a gente ficasse com obrigação financeira de participar (do pré-sal), dada a situação financeira da empresa, a gente teria que postergar (a exploração)”, disse Parente. Ele defendeu que a empresa tenha liberdade para escolher onde deseja entrar e não ser sempre obrigada.
O Senado aprovou em fevereiro projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e de ter participação mínima de 30% nos consórcios formados para as explorações do petróleo da camada do pré-sal.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)