BC projeta alta de 27,6% nas contas de luz em 2015
Segundo informações da ata da última reunião do Copom, valores de gasolina também devem subir 8%. Projeção para alta de preços administrados é de 9,3%
O Banco Central (BC) trabalha com uma estimativa de alta de 27,6% para as contas de luz em 2015, em média, devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e ao fim do subsídio do Tesouro ao setor. A informação está na ata da última reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom) que elevou o juro básico (Selic) para 12,25% ao ano. Circula, porém, no governo, uma estimativa mais pessimista para a elevação dos preços da energia elétrica: de 40% em média.
Na ata, também consta a estimativa de aumento de 8% no preço da gasolina neste ano, impactada pela incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e da PIS/Cofins. O BC previu ainda o aumento de preços para o gás de bujão (3%) e da tarifa média de telefonia fixa (0,6%).
Para os preços administrados como um todo, onde se encaixam as tarifas de energia elétrica e combustíveis, a expectativa passou de alta de 6% na última ata do Copom, em dezembro, para 9,3% nesta terça.
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Com as perspectivas de aumento de preços piorando, o Copom elevou suas projeções de inflação para 2015 e 2016. Considerando tanto o cenário de referência quanto o de mercado, a estimativa permanece acima do centro da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No documento de dezembro, o BC havia informado apenas que, para os três primeiros trimestres de 2015, as projeções estavam acima da meta tanto no cenário de referência quanto no de mercado.
Como o estudo do cenário de referência é feito antes da decisão final sobre os juros e tem como objetivo prever a tendência de inflação, ele considerou a Selic em 11,75% ao ano e o câmbio em 2,65 reais por dólar. Já o cenário de mercado é feito a partir das expectativas de analistas externos.
O último Relatório de Mercado Focus aponta para uma taxa de 6,99% para o período. Já no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em dezembro, o BC informou que a previsão para o IPCA de 2015 no cenário de referência subiu de 5,8% para 6,1%. No cenário de mercado, houve uma redução da projeção de 6,1% para 6%.
“Com base nesses modelos, projeta-se, para o conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados, variação de 5,1% em 2016, ante 5,2% considerados na reunião do Comitê de dezembro”, disse o órgão na ata do Copom.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito desde o final do ano passado que a inflação subiria no início de 2015, mas que iria desacelerar ao longo do ano. Segundo ele, no encerramento de 2016, o BC conseguirá entregar a inflação no centro da meta de 4,5%.
(Com Estadão Conteúdo)