BC prevê superávit primário de 2,1% do PIB em 2014
No Relatório Trimestral da Inflação, a autoridade monetária prevê redução do esforço fiscal no ano que vem; para 2015 e 2016, a meta é de 2,2% e 2%, respectivamente
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central (BC) colocou em suas previsões um superávit primário das contas do setor público de 2,1% em 2014. Ou seja, em sua visão, este seria o resultado ideal para manter o equilíbrio entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB). A meta para a economia feita para pagamento dos juros da dívida pública já constava na proposta de Orçamento para 2014 encaminhado ao Congresso Nacional pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Contudo, o ministro não quis confirmar se esta será a meta definitiva a ser perseguida no próximo ano. Segundo Mantega, a meta só será conhecida no início de 2014. No relatório divulgado nesta sexta pelo BC, a meta de superávit é de 2,2% para 2015 e de 2% para 2016.
Neste ano, o governo baixou de 3,1% para 2,3% do PIB a meta do superávit por meio de abatimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, mesmo assim, ainda encontra dificuldades para fechar as contas. Em outubro, o superávit primário foi de 5,437 bilhões de reais. No acumulado do ano, a conta é de 33,433 bilhões de reais ou 0,85% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,78% do PIB em igual período de 2012.
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O BC reforçou ainda o discurso de que a formação de superávit primário contribui para “arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta; de outro, contribui para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo”.
A instituição repetiu a avaliação que foi alvo de críticas no último relatório de que hoje “não se faz necessária a formação de superávits primários de ampla magnitude”. Mesmo assim, deixou clara a necessidade de o país ter, nos próximos anos, superávit primário em linha com os anteriores, o que mantêm a dívida pública em trajetória sustentável.
Fragilidade – Para a presidente da Standard & Poor’s (S&P) no Brasil, Regina Nunes, um superávit abaixo de 2% do PIB provavelmente fará com que a dinâmica da dívida e a necessidade de financiamento deixem o Brasil mais frágil. Em sua opinião, a política fiscal é o principal ponto fraco da economia brasileira, trazendo a questão macroeconômica de volta ao debate no país.
(com Estadão Conteúdo)