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BC encerra ciclo de alta dos juros e mantém taxa Selic em 11% ao ano

Primeiros sinais de controle da inflação influenciaram a decisão do Comitê de Política Monetária. Foram 13 meses de elevação do juro básico da economia

Por Da Redação
28 Maio 2014, 21h04

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerrou o ritmo de aperto monetário dos últimos 13 meses e manteve a taxa Selic em 11% ao ano. A decisão foi unânime, sem viés – ou seja, é válida até o próximo encontro, em 15 e 16 de julho. Trata-se da primeira manutenção do juro básico da economia desde o início da trajetória de alta em abril do ano passado, quando a autoridade monetária subiu a Selic de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. No governo de Dilma Rousseff, que assumiu a presidência com juro a 10,75%, a maior taxa, de 12,5%, foi vista em julho de 2011.

Em nota divulgada logo após a reunião, o Banco Central afirmou que a “evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação permitiram, neste momento, manter a taxa Selic em 11% aao ano”. Votaram por essa decisão o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

Desde o último encontro do Copom, em abril, os analistas davam como certa a manutenção da taxa Selic em 11% nesta reunião. A certeza estava na ata divulgada após a última decisão, quando o BC trocou a frase recorrente de “ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso” por “o Copom entende ser apropriado ajustar as condições monetárias”. Era um aviso de que, se nos 45 dias que separaram o encontro de abril e o de maio a inflação estivesse controlada, o BC mudaria sua estratégia.

Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, o presidente do BC Alexandre Tombini reforçou que o Copom havia escrito ao afirmar que boa parte dos efeitos da Selic ainda não foram incorporados pela inflação, mas que os primeiros sinais de controle da alta já eram perceptíveis. “A inflação vem dando mostra de recuo e, nos próximos meses, veremos a inflação mensal do país pelo IPCA recuando”, disse Tombini há pouco mais de um mês.

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Análise – O Bradesco destacou que a desaceleração recente da inflação e os dados mais fracos da atividade econômica ajudaram o BC a manter o juro estável. “A autoridade monetária já realizou um ajuste expressivo na taxa Selic, por isso acreditamos que os juros a 11% possibilitarão ao menos avaliar o efeito desse aumento de 3,75 pontos porcentuais empreendido até o momento sobre a inflação e a atividade econômica”, escreveu Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, em relatório do banco.

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O Itaú afirmou que os dados decepcionantes da atividade econômica, uma queda moderada do IPCA no mês a mês e ligeira e o real mais apreciado reforçaram a certeza da manutenção da Selic. “O Copom reforçou o sinal de fim do ciclo de alta nos juros, mas o controle da inflação pode demandar altas adicionais em 2015. Projetamos a Selic em 11% para o fim deste ano, e 12,5% para 2015”, mostra o relatório do banco.

Inflação – No Relatório Trimestral de Inflação divulgado em março, o BC afirmou que é importante manter-se vigilante para minimizar riscos de níveis elevados de inflação. Segundo o documento, a inflação será maior em 2014. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 6,1% neste ano, ante previsão anterior de 5,6%, aproximando-se ainda mais do teto da meta do governo, de 6,5% – o centro a meta é de 4,5%. Também foi elevada a estimativa para a inflação em 2015, a 5,5%, acima da medida anterior (5,4%). Além disso, projeta que o índice fechará o primeiro trimestre de 2016 em 5,4%.

Evolução da Selic no governo Dilma

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