Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Barbosa: ‘Eu e Levy falamos a mesma coisa’

Ministro do Planejamento nega desavenças com chefe da Fazenda e diz que mira reformas de longo prazo

Por Ana Clara Costa, de Brasília
2 set 2015, 12h50

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, negou nesta quarta-feira que houve divergências com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na proposta orçamentária que prevê déficit de 30,5 bilhões de reais. “Nós estamos falando a mesma coisa. A proposta orçamentária foi construída por toda a equipe econômica e enviada ao Congresso Nacional”, afirmou Barbosa, ao sair da reunião com deputados do Partido Progressista na Câmara, na manhã desta quarta.

Barbosa defendeu que a previsão de rombo não será maior, ao contrário do que disse o relator do projeto de lei orçamentária, Ricardo Barros (PP-PR), que prevê despesas de 3,4 bilhões de reais que não foram contabilizadas no texto enviado ao Congresso. Outros parlamentares que avaliaram as contas apresentadas já apostam em rombo superior a 60 bilhões de reais, levando em conta que o governo pode não arrecadar o que espera com as vendas de ativos, e tampouco a economia crescerá 0,2% para garantir as receitas previstas no documento. Barbosa, contudo, negou que suas previsões sejam mirabolantes tanto do lado das receitas, quanto das despesas. “Todas as despesas estão contidas ali. Apresentamos o volume de despesas tanto obrigatórias quanto discricionárias que achamos adequado para atender as demandas da população”, afirmou.

LEIA TAMBÉM:

Buraco no Orçamento pode chegar a R$ 70 bilhões

Levy tinha um plano para evitar rombo no orçamento – e foi voto vencido

Continua após a publicidade

Apesar de Barbosa negar atrito com a Fazenda, Levy tinha uma outra proposta orçamentária que foi ignorada pelo Planalto. Previa cortes de gastos obrigatórios, ou seja, previstos em lei, e reduzir ao máximo o número de novos gastos com bolsas do Fies e Ciências Sem Fronteiras. Benefícios setoriais, como o seguro-defeso para pescadores, que foi reduzido durante o ajuste fiscal aprovado este ano, seriam enxugados ainda mais. O ministro não estudava, por enquanto, cortes no Bolsa Família.

Nas contas de Levy, com os cortes, os gastos passariam a se encaixar na arrecadação, tornando possível a apresentação de uma peça orçamentária no azul. A estratégia continuaria dependente de aprovação no Congresso – ou seja, corria grandes riscos de sofrer ataques. Mas agradaria às agências de classificação de risco. A presidente Dilma preferiu recorrer à ideia desastrada da CPMF, que Levy foi orientado a encampar. Diante do fracasso da empreitada do novo imposto, Dilma deu aval ao plano de Barbosa, de déficit “transparente”.

O que ficou claro, mesmo com a negativa de Barbosa sobre os atritos, é que a única coisa transparente no orçamento é a divergência de opinião com a Fazenda – o que torna a situação do ministro Levy cada vez mais delicada como chefe da equipe econômica. Na segunda-feira, o ministro deixou claro o posicionamento divergente ao mencionar a necessidade de se construir “uma ponte” que resgate a sustentabilidade das contas públicas. E que tal “ponte” só pode ser construída com esforço fiscal – contando, inclusive, com cortes de repasses garantidos por lei. “Precisamos de ponte que dê segurança ao cidadão e ao investidor, para dar condições de reequilíbrio para ver o crescimento”. Com a reforma ministerial à espreita, em que Dilma promete cortar ministérios, a permanência de Levy está longe de ser um consenso.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.