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Barbosa: Depreciação do real não mostra descontrole cambial

Ministro do Planejamento diz que alta do dólar incentiva investimento no longo prazo e afirmou que governo não trabalha com uma "meta de câmbio"

Por Teo Cury 6 mar 2015, 13h18

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que a recente depreciação do real ante o dólar não mostra um descontrole cambial. Segundo ele, o movimento tem um impacto restritivo no curto prazo, mas incentiva o investimento no longo. Ainda segundo Barbosa, a valorização da moeda americana é, em parte, reflexo da apreciação ocorrida em anos passados. O ministro participou nesta sexta-feira de evento promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), em São Paulo, que reuniu empresários e economistas.

“Não é uma depreciação que causa nenhum descontrole, é simplesmente a mudança de patamar da taxa de câmbio que tem um efeito restritivo no curto prazo -afeta a inflação, afeta o crescimento-, mas tem um efeito positivo no médio prazo, ao recuperar a competitividade da indústria”, disse Barbosa.

Na saída do evento, a jornalistas, o ministro disse que o governo não trabalha com uma “meta de câmbio”, atuando apenas para administrar sua volatilidade. “Não tenho meta para o câmbio, a gente trabalha com qualquer taxa de câmbio”, afirmou. Na quinta-feira, a moeda americana terminou a 3,01 reais, a maior cotação de fechamento desde 13 de agosto de 2004, quando fechou a 3,02 reais.

Aos empresários, Barbosa aproveitou para reforçar o compromisso do governo com o ajuste fiscal para que o país retome uma trajetória de crescimento. “O primeiro passo é recuperar o equilíbrio fiscal e o controle da inflação. Não é o único passo, mas é o primeiro passo para recuperar o crescimento”, disse. Para o ministro, a economia brasileira já deve apresentar sinais de reação no segundo semestre. “A economia brasileira reage rápido. E isso [ajuste fiscal] começou no final do ano passado”, afirmou.

Durante sua apresentação, o ministro lembrou medidas tomadas em 2014, como a revisão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele também citou o ajuste da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), em dezembro de 2014, que passou de 5% para 5,5%, além dos reajustes das tarifas de energia.

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O ministro também falou sobre as Medidas Provisórias 664 e 665, que tratam das novas regras para acesso a benefícios previdenciários como o abono salarial e o seguro-desemprego, entre outros, e que dependem ainda de aprovação do Congresso. Segundo o ministro, elas corrigirão distorções dos gastos. “Essas duas medidas são mais do que instrumentos de correção, são permanentes”, disse.

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Questionado por um participante do encontro sobre a necessidade de haver 39 ministérios no governo, Barbosa se limitou a dizer que “reduzir o número de pastas tem um efeito muito pequeno sobre o Orçamento”.

Na saída do evento, Barbosa comentou a visita que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s faz ao país. Segundo ele, o encontro foi “positivo” e o governo conseguiu expor o seu lado. Autoridades do Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento reuniram-se com representantes da agência nos últimos dias 4 e 5. Representantes da agência Fitch terão reuniões entre os dias 16 e 20 de março, em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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