Bancos também são alvo de ação contra Petrobras nos EUA
Investidores americanos alegam que as instituições bancárias falharam ao basear relatórios sobre a estatal em dados fraudados
Ação coletiva movida por investidores americanos contra a Petrobras na Justiça em Nova York também pede a responsabilização de quinze bancos por falhas na comunicação sobre a qualidade das ações vendidas, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira. Entre eles, estão o Banco do Brasil, o Itaú BBA, Votorantim e o Bradesco BBI.
O objetivo da ação coletiva é ressarcir os investidores que perderam dinheiro com a desvalorização dos papéis da estatal, entre janeiro de 2010 e março deste ano, em decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Eles argumentam que falhas na gestão da petroleira e falta de transparência favoreceram o esquema de corrupção. No caso dos bancos, os investidores reclamam que eles falharam na hora de informar o real valor das ações da Petrobras e se basearam em dados fraudados para emitir relatórios favoráveis à estatal.
Também foram apontados como réus os bancos americanos Citigroup, JPMorgan, Morgan Stanley, Merril Lynch e Standard Chartered, o britânico HSBC, o espanhol Santander, o japonês Mitsubishi, o italinano Banco IMI, o canadense Scotia, e o Bank of China.
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Além das instituições bancárias, são citados no processo quinze executivos da Petrobras, entre eles os ex-presidentes da estatal José Sergio Gabrielli e Graça Foster, e a auditora independente PricewaterhouseCoopers, responsável por aprovar os balanços da Petrobras no período. A ação protocolada na Justiça americana estima prejuízos de pelo menos 500 milhões de dólares.
“O impacto dessas ações foi subestimado. Agora, afeta também instituições financeiras, e não apenas a Petrobras e as construtoras. Potencialmente, todos os envolvidos podem vir a pagar ressarcimentos altos”, avaliou a economista da Fundação Getúlio Vargas, Érica Gorga.
(Da redação)