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Queda na classificação de risco ameaça bancos europeus

Cresce o temor de que a perda na nota máxima por França e Áustria aprofunde crise do euro

Por Da Redação
14 jan 2012, 07h38

A piora da classificação de risco de nove economias da União Europeia pela agência Standard & Poor’s ampliou o temor de economistas sobre uma série de falências de bancos e seguradoras, cenário que pode aprofundar a crise do euro e alimentar um colapso nas contas dos governos. A avaliação vinda de Nova York, onde fica a sede da agência, é mais um golpe contra os esforços europeus para criar um fundo de resgate para socorrer países em dificuldade.

Em todas as economias que sofreram rebaixamento nos últimos meses, como Espanha, Portugal e Itália, os bancos desses países acabaram perdendo sua classificação semanas depois, justamente por estarem exposto às dívidas dos países rebaixados. No caso francês, os bancos locais são os maiores detentores da dívida soberana francesa e são os primeiros que poderiam sofrer as consequências do rebaixamento. O BNP Paribas, por exemplo, tem uma exposição total de 14,3 bilhões de euros. Já o Crédit Agricole é o mais vulnerável, com exposição de 19,6 bilhões, contra 15,6 bilhões do Societé Générale.

Entenda como funcionam as agências de classificação de risco

Os três bancos insistem que não precisam de ajuda externa de capital para atender às exigências em 2012 e a situação só não é mais grave porque as instituições já têm uma classificação inferior à do estado francês. Para 2012, uma série de bancos europeus já planejam demissões de milhares de pessoas. Ao todo, os bancos europeus precisam captar 700 bilhões de euros este ano para honrar compromissos e atender às novas exigências de capital.

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Impacto – Apesar do rebaixamento dos ratings de longo prazo da sua dívida soberana, a França insistiu que a medida já foi “absorvida” nos últimos dias pelo mercado e que o impacto seria mínimo. O primeiro-ministro francês, François Fillon, afirmou neste sábado que a diminuição da classificação do país pela Standard & Poor’s era uma notícia “esperada” e não deve ser “dramatizada” – nem, ao contrário, “subestimada”.

“As medidas orçamentárias que adotamos são suficientes”, garantiu Fillon, a 100 dias das próximas eleições presidenciais francesas. Embora tenha se mostrado confiante, ele não descartou novos ajustes se necessário. Fillon se referiu à possibilidade de aplicar decisões “fortes” e, concretamente, de assumir “reformas estruturais” como reduzir “o custo do trabalho” para reativar o crescimento econômico, a partir da cúpula social que será realizada na França na próxima quarta-feira. “As agências de medição de risco não determinarão nossas políticas nem nossa agenda”, declarou o premiê, quem ressaltou que o governo nunca escondeu “a gravidade da crise aos franceses”.

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O premiê ainda classificou o rebaixamento da nota pela S&P como um “contratempo, levando em conta que os esforços empreendidos pela zona do euro já estavam começando a ser reconhecidos pelos investidores”. Nesse sentido, ele lembrou que para a agência Fitch e a Moody’s a nota da França se mantém como “uma das melhores do mundo, ao lado da nota dos Estados Unidos”. Fillon disse também que não há motivo para mudança nas relações entre França e Alemanha – que mantém triplo A -, alegando que se tratam de relações “estruturais”.

Alemanha – Os rebaixamentos nos ratings de crédito dos governos europeus devem impulsionar na Alemanha a criação de uma lei que reduza a dependência de bancos e seguradoras das classificações das agências de rating, afirmou um parlamentar do partido da chanceler Angela Merkel neste sábado. O deputado Michael Meister, da União Democrática Cristã, disse que é necessária uma nova lei exigindo que bancos e seguradoras tenham seus próprios ratings de seus investimentos, em vez de confiar nas agências.

“Nós, como políticos, deveríamos ficar menos nas mãos das agências de rating”, afirmou Meister durante uma conferência de seu partido na cidade de Kiel. Segundo ele, os legisladores alemães devem no futuro se referir menos aos ratings e pedir que cada investidor tenha suas próprias classificações de seus negócios. Meister declarou ainda que a Comissão Europeia deveria promover a criação de uma agência de rating independente na Europa e assim fortalecer a competição entre as agências de rating globais.

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(Com agências Estado e EFE)

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