Banco Central desmarca reuniões nos Estados Unidos para tentar ‘segurar’ mercado financeiro
Depois de Mantega cancelar participação em reunião do FMI, Tombini desistiu de se encontrar com investidores nos EUA
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central (BC), desistiu de participar de reunião com investidores de peso nos Estados Unidos nesta semana por “otimização de agenda”. Pelo menos essa foi a justificativa oficial para a mudança de agenda e o adiamento por dois dias de sua chegada a Washington. Mas, nos bastidores, segundo o jornal O Globo, a explicação é que Tombini preferiu permanecer no Brasil por mais tempo porque o mercado financeiro passa por “um momento turbulento” após a ida do candidato tucano à presidência, Aécio Neves, para o segundo turno, com o dólar volátil.
A moeda americana desvalorizou-se bastante na segunda e terça-feiras, para pouco mais de 2,38 reais, após atingir o pico de 2,50 reais durante o pregão de sexta-feira, em um receio pré-eleição. Em paralelo, a bolsa de valores brasileira subiu fortemente nos dois primeiros dias da semana, com ações da Petrobras, por exemplo, chegando a bater 17% de alta no pregão de segunda. Ambos os movimentos são reações claras à ascensão de Aécio ao segundo turno, segundo analistas.
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Segundo o jornal, Tombini cortou de sua agenda reuniões com investidores institucionais e deixou as negociações por conta de diretores que já estão nos Estados Unidos. Nesta semana, Guido Mantega, ministro da Fazenda, cancelou sua participação na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) para assessorar Dilma Rousseff na campanha à reeleição.
Tombini confirmou, porém, sua presença no almoço do Economic Consultative Committee, encontro com os presidentes dos maiores BCs do mundo, e uma reunião do Centro de Estudos Monetários Latino-americanos (Cemla). Ele chega nos Estados Unidos na sexta-feira e regressa ao Brasil no sábado.
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