Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Bancadas dos estados não produtores tentarão derrubar veto de Dilma à lei dos royalties

Líderes articulam obstrução de votações na Câmara e agendam reunião para pressionar o governo e comunicar a intenção de barrar a medida da presidente

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 dez 2012, 18h20

O veto parcial da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que prevê uma nova distribuição dos royalties e participações especiais, comemorado no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, desagradou aos estados não produtores. O ponto central da intervenção de Dilma foi impedir alterações nas regras de distribuição dos recursos oriundos de campos já licitados. A partir de terça-feira, a bancada de Minas Gerais tentará obstruir as votações, como forma de pressionar o governo. O deputado Fábio Ramalho, do PV, coordenador da bancada mineira, enviou um comunicado para os gabinetes de seus conterrâneos para que o plano seja colocado em ação. Nesta segunda-feira, Ramalho também passou um aviso para os parlamentares de todos os estados não produtores, por email e por escrito, para garantir que o recado seja dado e que todos estejam preparados para impedir votações. Rio e Espírito Santo, claro, ficaram de fora da lista. São Paulo, que também tem perdas, também está fora da articulação até o momento.

Ramalho também ligou para os coordenadores de bancada dos estados não produtores para agendar uma reunião. “Mandei um comunicado a todos para que iniciemos o movimento, que não tem conotação partidária. O Congresso está desmoralizado”, disse o deputado. “A nossa questão será exigir que se coloque o veto em votação e que ele seja derrubado”, afirmou.

A reunião entre as bancadas dos não produtores servirá para encaminhar ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, o pedido para que o veto de Dilma seja votado – e derrubado – o quanto antes. “Ela foi muito dura na caneta”, argumentou Ramalho.

O deputado federal Daniel Almeida, do PC do B, coordenador da bancada da Bahia, adiantou que integrará o pedido para que o veto seja apreciado o mais brevemente possível. “As chances de derrubar são muito grandes. Há vários parlamentares da Bahia dando respaldo. Buscarei contato com o presidente do Congresso (José Sarney) para ele ajudar a agilizar isso”, afirmou Almeida.

A bancada da Paraíba também ficou insatisfeita com a presidente. Os parlamentares se reunirão na noite de terça-feira para elaborar um documento com a posição do estado em relação ao veto parcial. “Se a maioria concordar, assinaremos um documento indicando que tentaremos derrubar o veto em plenário. Depois, vamos encaminhar ao Marco Maia”, afirmou o coordenador paraibano, Manoel Junior, do PMDB.

Continua após a publicidade

Os estados não produtores queriam receber um quinhão dos royalties e das participações especiais dos poços leiloados – tanto os em exploração como os em prospecção. Isso implicaria em perdas bilionárias, já em 2013, para os estados do Rio e do Espírito Santo. No Rio de Janeiro, a capacidade de investimento ficaria comprometida. Como no estado a grande parte dos royalties é aportada no Rioprevidência, o fundo de previdência, o dinheiro investido em programas sociais e obras de infraestrutura teria de ser desviado para pagar os aposentados.

“Respeitamos o Rio e o Espírito Santo que conseguiram obter, ao longo de todo esse tempo, os pagamentos de royalties. Mas royalties não são privilégio dessas populações. Não estávamos esperando o veto. É um contrassenso trocar 24 estados por dois”, defendeu Junior.

O deputado federal Laurez Moreira, do PSB, é o coordenador da bancada do Tocantins no parlamento e parece um dos poucos dispostos ao diálogo. “Estamos preferindo dialogar. Vamos ver o que dá para ser feito. Do outro lado, sabemos que o Rio e o Espírito Santo teriam impacto. Nossa bancada deve esperar a movimentação desta semana”, disse.

LEIA TAMBÉM:

Estados do Rio e do Espírito Santo já preparam ação contra mudança nos royalties

Dilma defende respeito a contratos às vésperas do prazo final de sanção da nova lei de royalties

O caminho dos royalties depois da caneta de Dilma

Adversários políticos caminham lado a lado no ato ‘Veta, Dilma’

A maldição do petróleo: mudança nos royalties deixa à míngua municípios beneficiados por 20 anos de fartura

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.