Balança comercial tem pior saldo para agosto em 13 anos
Exportações superaram importações em US$ 1,17 bilhão — resultado 25% menor que o registrado em julho
A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,17 bilhão de dólares em agosto, beneficiada pela ‘exportação’ de uma plataforma de petróleo e aumento dos embarques de combustíveis. Contudo, em relação a julho, quando registrou saldo positivo de 1,57 bilhões de dólares, o indicador caiu 25%. Na comparação com agosto do ano passado, a queda é de 5%. Trata-se do pior resultado para o mês desde 2001, quando o saldo havia sido de 634,24 milhões de dólares.
A movimentação de uma plataforma de petróleo tem sido responsável pelos últimos resultados positivos da balança. O expediente é legal e consiste na exportação da plataforma sem que ela saia, de fato, do Brasil. No caso da negociação firmada em agosto, a plataforma foi comprada de fornecedores brasileiros por suas subsidiárias no exterior. Depois, foi “repatriada” no Brasil, como se estivesse sendo “alugada” pelo fornecedor brasileiro. Desta forma, o fornecedor recolhe menos imposto. Apenas essa operação rendeu 1,11 bilhão de dólares. Ou seja, sem ela, o superávit de agosto teria sido de 60 milhões de dólares.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações somaram 20,46 bilhões de dólares no mês passado, enquanto as importações totalizaram 19,29 bilhões de dólares.
No acumulado do ano, o saldo líquido da balança comercial brasileira é de apenas 249 milhões de dólares. As exportações somam 154,02 bilhões de dólares e as importações totalizam 153,77 bilhões de dólares. Trata-se do primeiro resultado positivo quando se leva em conta o acumulado de 2014. Em igual período do ano passado, o resultado de janeiro a agosto era um déficit de 3,75 bilhões de dólares.
Combustíveis – As importações de combustíveis e lubrificantes tiveram alta de 30,6% em agosto. Por outro lado, as compras do Brasil no exterior de bens de consumo caíram 8,2%. As importações de bens de capital tiveram queda de 7,3%, e as de matérias-primas e intermediários registraram retração de 1,1% em relação a agosto de 2013.
De acordo com ministério, o aumento das importações de combustíveis e lubrificantes é explicado pela alta dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural, naftas e gasolina.
No segmento de bens de capital, caíram as compras de equipamento móvel de transporte, maquinaria industrial, máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico. As importações em agosto do Mercosul tiveram queda de 7%, sendo que as da Argentina tiveram retração de 11,8%. As compras brasileiras de produtos asiáticos caíram 4,1% no mês passado. Também tiveram queda de 1% as importações da União Europeia. As compras dos Estados Unidos sofreram uma redução de 11,6% em relação a agosto de 2013.
Minério de ferro – O volume de minério de ferro exportado pelo Brasil atingiu 28,26 milhões de toneladas em agosto, queda de 9,3% na relação anual, de acordo o Mdic. Ante o mês imediatamente anterior, o recuo foi de 9,4%. Já o preço médio praticado, ainda segundo dados do Mdic, ficou em 67,5 dólares a tonelada, recuo de 20,3% em relação ao visto em agosto de 2013. Em relação ao visto em julho, a queda é de 3,7%.
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(Com agência Reuters)