SÃO PAULO, 2 Mar (Reuters) – Após encerrar o quarto trimestre de 2011 com prejuízo duas vezes maior que o registrado um ano antes, a B2W considera estar preparada para retornar ao crescimento com rentabilidade este ano, em meio a investimentos em logística e tecnologia para driblar problemas com atrasos e o aumento da concorrência.
“Pretendemos crescer sendo mais estruturados, com sistema integrado e melhor qualidade de atendimento… vamos voltar a crescer com rentabilidade”, disse o diretor de Relações com Investidores da empresa de comércio eletrônico, François Bloquiau, em teleconferência nesta sexta-feira.
Segundo ele, os investimentos que vêm sendo feitos em otimização do sistema logístico já reduziram o tempo de entrega de produtos e, ao oferecer melhores prazos aos consumidores, as margens tendem a aumentar.
“Estamos prontos para crescer este ano… temos certeza que vamos crescer. Vamos ser competitivos no mercado”, assinalou o executivo, acrescentando que um possível aumento de capital não faz parte dos planos.
Em 2011, a B2W realizou investimentos de 351,6 milhões de reais, voltados principalmente a logística e tecnologia. No último ano, dois centros de distribuição foram inaugurados, um em Recife (PE) e outro em Uberlândia (MG).
A dona dos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime teve prejuízo de 28,8 milhões de reais entre outubro e dezembro, comparado a perda de 14,2 milhões no mesmo intervalo de 2010. O prejuízo ficou ligeiramente abaixo da média das previsões de quatro analistas consultados pela Reuters, de perda de 29,8 milhões de reais no período.
No fechado do último ano, a empresa de comércio eletrônico apurou prejuízo de 89,2 milhões de reais, revertendo lucro de 33,6 milhões em 2010.
Se referindo a 2011 como um período de transição, Bloquiau disse que os resultados ficaram muito abaixo das expectativas da própria empresa.
“Não ficamos satisfeitos com esses resultados… mas medidas conservadoras permitiram mudanças significativas para o futuro da companhia”, afirmou.
A rentabilidade foi prejudicada por prazos de entrega mais conservadores e uma política de preços mais agressiva.
As perdas vieram apesar do crescimento na receita líquida de 2,1 por cento no trimestre e de 3,9 por cento no ano, para 1,176 bilhão e 4,232 bilhões de reais, respectivamente.
Nessa linha, a companhia viu o custo com mercadorias vendidas e serviços prestados aumentar 10 por cento no quarto trimestre, para 903 milhões de reais.
As despesas operacionais também saltaram, em 22,3 por cento, somando 187,9 milhões de reais no quarto trimestre.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 101,7 milhões de reais nos três meses até dezembro, queda anual de 47,5 por cento, com a margem caindo de 16,8 para 8,6 por cento.
(Por Vivian Pereira)