Avon rejeita oferta de compra de US$ 10 bi da Coty
Empresa americana de venda direta de cosméticos afirma que o valor está "substancialmente" subavaliado
A Avon rejeitou nesta segunda-feira proposta de aquisição apresentada mais cedo pelo grupo de cosméticos Coty, avaliada em cerca de 10 bilhões de dólares.
A Coty, cujos produtos incluem fragrâncias de celebridades como Lady Gaga e Beyoncé, informou não ter intenção de fazer uma oferta hostil pela empresa de venda direta de cosméticos, mas acrescentou não ter tido “sucesso” em negociar a oferta. De origem francesa e atualmente controlada majoritariamente pela holding alemã Joh A Benckiser, a Coty propôs 23,25 dólares por ação da Avon, o que representa um prêmio de 20% sobre a cotação de fechamento desta sexta-feira.
A Avon, por sua vez, disse que a oferta “subavalia substancialmente” a companhia e “é oportunista”. As ações da empresa norte-americana chegaram a subir quase 20% antes da abertura do mercado em Nova York.
A Coty afirmou ter anunciado a oferta após enviar à presidente-executiva da Avon, Andrea Jung, três cartas detalhando a proposta. “Não entendemos como a falta de disposição do conselho em discutir nossa proposta pode melhor atender aos interesses dos acionistas da Avon”, disse o presidente do conselho da Coty, Bart Becht, em carta a Jung nesta segunda-feira.
A Coty afirmou que está disposta a elevar a oferta, caso a Avon mostre que há maior valor na companhia, ao abrir os números da empresa.
As ações da Avon, que vem eliminando empregos, recuaram quase 50% nos últimos 18 meses. A companhia é avaliada em apenas 8 bilhões de dólares atualmente, bem abaixo do pico de 21,8 bilhões de dólares de junho de 2004.
Segundo a Coty, a nova empresa se chamaria “Avon-Coty”, sendo que o modelo de venda direta favoreceria suas marcas de cosméticos.
A Avon está buscando um substituto para Jung, no comando desde 1999. A companhia vem enfrentando queda no número de consultoras de vendas nos Estados Unidos. No período de festas de fim de ano, as vendas caíram em mercados emergentes como Brasil e Rússia.
(com Reuters)