Atividade industrial tem leve retomada e avança 0,3%
Resultado de julho foi estimulado pela produção de veículos, que aumentou 4,9% no período. Setor de máquinas e equipamentos apresentou alta de 3,0%
A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em julho na comparação com junho, na série com ajuste sazonal, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Na comparação com julho de 2011, a atividade da indústria recuou 2,9%. Trata-se da 11ª taxa negativa consecutiva na comparação anual. Com isso, o índice acumulado para os primeiros sete meses do ano registrou redução de 3,7%. Em junho, a produção industrial avançou 0,2%.
Os destaques da atividade industrial de julho foram os setores de veículos automotores (4,9%), alimentos (2,1%) e máquinas e equipamentos (3,0%). Segundo o IBGE, o setor automotivo mostra a segunda taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período expansão de 8,1%. Já em alimentos, houve a interrupção de três meses de taxas negativas que acumularam perda de 7,8%, enquanto em máquinas e equipamentos, houve avanço de 5,4% em quatro meses de resultados positivos seguidos.
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Segundo o IBGE, outras contribuições positivas para o indicador vieram de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (16,8%), outros produtos químicos (1,8%), borracha e plástico (3,2%) e minerais não metálicos (2,7%).
Entre os setores que tiveram desempenho negativo, destacam-se os produtos de metal (-6,7%), outros equipamentos de transporte (-7,4%), indústria farmacêutica (-4,8%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-4,1%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-4,8%). Segundo o IBGE, todos esses ramos de atividade haviam apresentado desempenho positivo em junho.
A retomada do setor automotivo ocorre após três meses de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido na venda de veículos nacionais novos – medida que estímulou as vendas e deu novo fôlego às montadoras. Contudo, o resultado ainda está longe de significar a retomada total da indústria. Resultado disso é que, segundo dados do próprio IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre cresceu apenas 0,4% – com desempenho negativo para a indústria de 2,5% no período.
IPI insuficiente – A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não foi suficiente para alavancar o crescimento da indústria, segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. “Segmentos que de alguma forma foram favorecidos (pelo governo), especialmente pela redução de IPI, mostram comportamento diferenciado em relação a meses anteriores, como os automóveis, os eletrodomésticos da linha branca e itens de mobiliário que fazem parte dos bens duráveis”, disse Macedo.
“Mas, em termos de uma magnitude de crescimento maior para a indústria como um todo, isso acaba não tendo efeito de ampliar o crescimento industrial, porque ainda há outras atividades que não cresceram. Ainda há um predomínio de atividades em queda”, acrescentou.
(Com Agência Estado)