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Ata do Copom aponta novos cortes com ‘parcimônia’

O documento novamente ressalta a tendência de moderação nas próximas reuniões, com o Banco Central de olho no cenário internacional

Por Da Redação
19 jul 2012, 10h02

Mais uma vez a palavra ‘parcimônia’ é a chave para entender o que o Banco Central (BC) está prevendo para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Ao usar o termo na ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira, para se referir a seus próximos passos, o BC destaca que o cenário externo ainda o preocupa e, por isso, a cautela é essencial neste momento, ou seja: pode haver novas baixas, mas estas seriam moderadas.

“Mesmo considerando que a recuperação da atividade vem ocorrendo mais lentamente do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia”, diz trecho da ata.

‘Moderação’ também foi outra palavra usada pela equipe do Copom para se referir ao cenário externo. Segundo o documento, a piora de indicadores econômicos na Europa, nos Estados Unidos e na China e as incertezas em torno da evolução da crise de dívidas que atinge países da zona do euro também contribuíram para o recuo das taxas básicas de juros. “O Comitê entende que os efeitos da complexidade que cerca o ambiente internacional se somaram aos da moderação da atividade doméstica”, diz a equipe monetária.

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A decisão de reduzir em 0,5 ponto percentual o juro básico do país, a taxa Selic, para 8% ao ano na semana passada (menor patamar já visto no país), foi unânime entre os membros: Alexandre Tombini (presidente do BC), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

O BC destacou que sua decisão foi baseada na visão de longo prazo, em que identifica uma provável demora na solução da crise financeira europeia e, por isso, continuarão a pesar os altos riscos associados ao processo de desalavancagem de bancos, famílias e governos.

“Esses e outros elementos, portanto, compõem um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza muito acima do usual”, destaca. Para o Comitê, o cenário prospectivo para a inflação, desde sua última reunião, manteve sinais favoráveis, o que permite a manobra com a Selic.”O Comitê ressalta também que, no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012″. A centro da meta atual de inflação é de 4,5% com dois pontos de margem para cima e para baixo.

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Dados ruins – Dados mais recentes dão conta da desacelaração do ritmo de crescimento econômico brasileiro. O índice de vendas do varejo de maio, por exemplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apontou queda mensal de 0,8% a maior desde novembro 2008, quando se deu o estouro da crise financeira internacional e as vendas recuaram 1,3%. O número surpreendeu negativamente o mercado, pois o varejo era o setor de melhor performance na economia em 2012. A inadimplência, por sua vez, subiu 19% no primeiro semestre ante os primeiros seis meses do ano passado, conforme divulgação da Serasa Experian.

No início do mês, o IBGE revelou que a produção industrial recuou 0,9% em maio ante o mês anterior, o terceiro resultado negativo consecutivo neste tipo de comparação. Já o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo mesmo instituto, acumula altas de 2,32% no ano e de 4,92% em doze meses até junho – número menor que os 4,99% registrados em maio, na mesma base de comparação. A desaceleração da alta dos preços é, em parte, reflexo da perda de ritmo da economia e abre espaço para juros mais módicos.

Para contornar a crise econômica, o Palácio do Planalto já anunciou, desde o início do ano, várias medidas, entre elas a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de eletrodomésticos, móveis e carros. Divulgou também um pacote de compras governamentais para ajudar setores retraídos. O anúncio desta quarta-feira do menor juro básico da história do país pode ser entendido como uma continuidade desta política.

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