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Argentina elimina restrições para a compra de dólares a partir de segunda-feira

Imposto sobre compras com cartão de crédito no exterior também voltará a ser de 20%

Por Da Redação
24 jan 2014, 09h58

O governo argentino decidiu afrouxar o cerco ao mercado de câmbio, após uma forte desvalorização da moeda nacional nos últimos dois dias. O chefe de gabinete da presidente Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, anunciou na manhã desta sexta-feira que a partir da próxima segunda-feira, as restrições para a compra de dólares serão eliminadas e o imposto sobre compras com cartão de crédito no exterior será reduzido de 35% para 20%.

Apesar disso, os argentinos deverão continuar pedindo autorização antes de comprar divisas, o que pode ser usado pelo governo como um filtro para frear a demanda e evitar uma corrida pelo dólar.

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“Decidimos autorizar a compra de dólares para posse e economia”, anunciou Capitanich, em uma breve coletiva concedida junto ao ministro da Economia, Axel Kicillof. “De acordo com a política cambial de flutuação administrada da taxa de câmbio, o governo considera que o preço da divisa, ou seja, do dólar, alcançou um nível de convergência aceitável para os objetivos da política econômica”, concluiu o chefe de gabinete.

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O ex-presidente do banco central argentino, Aldo Pignanelli, comentou ainda que hoje a demanda por dólares supera amplamente a oferta, enquanto as reservas estão diminuindo e, por isso, é impossível que o BC libere o controle cambial.

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Os dólares são escassos na Argentina por causa da fraqueza de suas exportações, do baixo nível de investimento externo devido à desconfiança quanto à economia e pela falta de acesso aos mercados de crédito internacionais após o enorme default em 2002.

O governo da presidente Cristina Kirchner havia imposto no fim de 2011 um duro controle cambial para frear uma fuga de capital. Porém, as restrições não evitaram que as reservas do banco central caíssem mais de 30% desde o início de 2013.

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Apenas na quinta-feira, as reservas do BC diminuíram em 180 milhões de dólares, fechando em 29,263 bilhões de dólares, o menor nível desde o início de novembro de 2006. O nível de divisas no BC é crítico para o governo, que as utiliza para honrar suas dívidas em moeda estrangeira.

O controle cambial disparou também uma forte queda do peso no mercado negro, pressionando os preços do país que já tem com uma das maiores inflações do mundo. No ano passado, a inflação bateu 25%, segundo cálculos não-oficiais.

Na quinta-feira, o peso argentino registrou a maior queda frente ao dólar em quase 12 anos ao perder 11% devido às dúvidas sobre a economia e à falta de divisas. A moeda fechou a 8 pesos por dólar no mercado interbancário, depois de chegar a cair 14,2%, a 8,30 pesos. Desde o início de janeiro, acumula perdas de 18,5%. Em paralelo, o peso no mercado negro argentino desvalorizou 7,2% na quinta-feira, fechando em 13,1 pesos por dólar, acumulando perda de 23,4% no ano.

Nesta sexta, a cotação oficial do peso abriu em queda de 1,23% a 8,1 por dólar. A desvalorização do peso surpreendeu o mercado, uma vez que o BC realizou intervenções diárias durante anos para evitar oscilações bruscas por temer aceleração da inflação.

(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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