A queda do preço internacional dos derivados do petróleo associada à desaceleração do consumo interno de combustíveis permitiu à Petrobras voltar a registrar lucro líquido em sua área de Abastecimento no primeiro trimestre de 2015. Essa parte da empresa é o antigo reduto de Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato – e que atualmente está em prisão domiciliar. A diretoria era responsável pelas refinarias de Abreu e Lima e pelo Comperj, grandes dutos de desvio de recursos, segundo as investigações da PF, além de ser encarregada do atendimento ao mercado doméstico. A área lucrou 6,18 bilhões de reais entre janeiro e março, revertendo um prejuízo de 4,80 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.
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O resultado seria ainda mais favorável, não fosse a forte elevação do dólar ante o real desde o final do ano passado. Como o produto é comprado no mercado externo em dólar e vendido no Brasil em real, com receita contabilizada em moeda local, o dólar fortalecido reduz a competitividade da estatal. Além do efeito cambial e da conjuntura internacional do petróleo e derivados, pesou a favor da área de Abastecimento os reajustes de 5% na gasolina e 3% no diesel aplicados em novembro passado.
A queda de 50% na cotação internacional de petróleo na comparação entre primeiros trimestres, por outro lado, reduziu a lucratividade da área de Exploração & Produção. O lucro líquido totalizou R$ 3,148 bilhões, queda de 70,5% em relação ao mesmo intervalo de 2014.
(Com Estadão Conteúdo)